quinta-feira, 10 de novembro de 2016


Prisões Formais e Conceituais do Povo

 

O MP Modelo Pirâmide mostrou que um lado é da forma e o outro do conteúdo ou conceito: o povo vê figuras e as elites leem, porisso não adianta mesmo nada tentar fazer o povo ler, força-lo a compreender, PORQUE a população tem muitas tarefas, mal lhe sobra tempinho na luta acirrada pela sobrevivência. São as elites que tem o lazer descompromissado, o ócio.

LAZER E ÓCIO (no dicionário Houaiss)

LAZER
Substantivo masculino
1.           tempo que sobra do horário de trabalho e/ou do cumprimento de obrigações, aproveitável para o exercício de atividades prazerosas
2.          Derivação: por metonímia.
Atividade que se pratica nesse tempo
3.          Derivação: por extensão de sentido.
Cessação de uma atividade; descanso, repouso
ÓCIO
Substantivo masculino
1.           cessação do trabalho; folga, repouso, quietação, vagar
2.          espaço de tempo em que se descansa
3.          falta de ocupação; inação, ociosidade
4.          falta de disposição física; preguiça, moleza, mandriice, ociosidade
5.          Derivação: sentido figurado.
Trabalho leve, agradável

Veja que o primeiro é TEMPO QUE SOBRA, um resíduo, pequena parte espremida entre atividades, dormir, acordar para ir ao trabalho.

O outro é QUIETAÇÃO, VAGAR.

No tempo que sobra não há muito que fazer. Empenhar-se em leituras demanda aprendizado de longo curso, não é coisa a que o povo possa dedicar-se.

NO CURSO DA VIDA (não sei se coloquei na ordem certa, tente você)

1
Aprender o alfabeto (aqui ficam os tais “analfabetos funcionais”);
Vai reduzindo o contingente exponencialmente, até chegar a bem poucos na mais alta competência.

 
 
 
 
 

2
Lembrar muitas palavras, o significado de cada uma e todas elas;
3
Ler muitos livros para “adquirir vocabulário”;
4
Ler autores com apuro ortográfico, a escrita correta das palavras (acompanhe os diálogos de Internet para ver como é difícil: mais de 95 % da população escreve errado);
5
Conversar muito com as pessoas, aprender com elas;
6
Ler dicionário e enciclopédias, ouvir e ver a mídia (TV, Revista, Jornal, Livro-Editoria, Cinema, Internet);
7
Combinar as palavras para representar os reais enquanto objetos e relações no físico-químico, no biológico-p.2, no psicológico-p.3, no informacional-p.4, no cosmológico-p.5, no dialógico-p.6 e em todo o Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática);
8
Entender relações, de COMPLEXAS a MUITO complexas;
9
Escrever também, para adquirir traquejo;
10
ESTUDAR A LÍNGUA (o que é extremamente difícil, caro, complicado e lento) como leigo;
11
Estudar a língua como profissional (acredito agora que TODOS deveriam estudar línguas e letras, a par do curso escolhido, por exemplo, engenharia elétrica).
 

O resultado final é que há, no mais excelente apuro, bem poucos.

O povo meramente não tem tempo para tal, e os populares são, nesse sentido, “cabeças vazias” (e tem de ser), como também no sentido formal.

DUAS PRISÕES DO PROLETARIADO

PRISÃO FORMAL
PRISÃO CONCEITUAL
Popular, relativa à multiplicidade de formas e à sua substituição contínua, inclusive essa coisa de fotos, Facebook, Internet, wattsapp, falar ao celular.
Imposta por uma série de fatores, a principal das quais a “riqueza de tempo” livre para aprender, que é apropriado pelas elites.
POBRES EM TEMPO
RICOS EM TEMPO

Como disse Jesus, “pobres sempre os tereis convosco”.

Não vai mudar, é absoluto. É desenho recorrente da Natureza a partir das potências ou possibilidades de Deus.

O que pode acontecer, com muito esforço conjunto, é alterar levemente como na Europa, nos EUA, no Japão e até mesmo no Brasil em que o povo é forçado a ler, mormente através do “letramento”.

A solução, é evidente, é cristalino, passa por as elites se tornarem competentes além e muito além do que já são, aprendendo PELO POVO, quer dizer, transferindo-lhe amorosamente o saber, com compaixão, com fervor, com dignidade, com proximidade de irmão.

Serra, quinta-feira, 30 de julho de 2015.

GAVA.

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