segunda-feira, 14 de novembro de 2016


O Falso Papel que Nos Deram

 

Antes desta era “eletrônica” as pessoas escreviam com lápis impermanente, apagável com borracha, ou com tinta indelével de canetas-tinteiro de vários tipos, algumas muito caras, de ouro e outros metais preciosos, ou mais recentemente as esferográficas. Escreviam em pedra ou metal, barro, papiro, cascas de árvore, velino ou qualquer couro, em restos recompostos de tecidos ou em papel, a geo-história é muito bacana e interessante.

BICANETA-ESFEROGRÁFICA (esfera-gráfica: húngaro-argentino que faz, francês que leva a fama; as canetas esferográficas são confundidas com a BIC)

Caneta esferográfica
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/b/b2/Ballpoint_of_common_ballpoint_pen.jpg
Ponta de uma caneta esferográfica
Canetas esferográficas são um tipo de caneta cuja tinta humedece uma esfera rolante que desliza sobre a superfície, disponível em varias cores.
Na evolução da caneta, o uso de uma esfera na ponta possibilitou a distribuição constante e uniforme de tinta, e popularizou o uso deste instrumento de escrita ao mesmo tempo em que substituía com vantagem a caneta-tinteiro.
Com a invenção da caneta as pessoas passaram e escrever cartas, postais e livros. Hoje em dia a caneta esferográfica é usada universalmente para escrever apontamentos e fazer testes.
História
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/af/Bol%C3%ADgrafo_marca_birome_I.jpg/330px-Bol%C3%ADgrafo_marca_birome_I.jpg
Propaganda comercial numa revista argentina de 1945, promovendo a primeira Birome.
O conceito de uma caneta esferográfica remonta à patente registada por John J. Loud em 30 de Outubro de 1888. Tratava-se de um produto destinado a marcar couros e não foi explorado comercialmente.
Posteriormente, o jornalista húngaro e naturalizado argentino László Bíró inventou a primeira caneta esferográfica, na década de 1930. Ele havia percebido que o tipo de tinta utilizada na impressão de jornais secava rapidamente, deixando o papel seco e livre de borrões. Imaginou então criar uma caneta utilizando o mesmo tipo de tinta. Entretanto, a tinta, espessa, não fluía de maneira regular. A inovação era prática: enquanto a caneta corria pelo documento, a esfera girava no interior do bico, recolhendo a tinta do cartucho e depositando-a sobre o papel; complementarmente, vedava o reservatório, impedido que a tinta secasse (provocando entupimento da caneta) ou vazasse. László Biró e seu irmão Georg (um químico), entraram com um pedido de patente da sua caneta esferográfica em seu país natal, a Hungria, na França e na Suíça[1] em 1938.
Bic
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/4/4d/04-BICcristal2008-03-26.jpg/300px-04-BICcristal2008-03-26.jpg
Modelo Cristal, clássico da Bic.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/67/Caneta_Bic_Preta.jpg/330px-Caneta_Bic_Preta.jpg
Caneta Bic Cristal Fine,disponível na América Latina de cor preta
Bic é uma empresa francesa com sede em Clichy. Fundada em 1945, é conhecida por fabricar produtos à base de plásticos, incluindo isqueiros, canetas, aparelhos de barbear mas também caiaques. Compete contra Faber-Castell, Gillette (marca), 3M, Newell Rubbermaid e Stabilo.

Depois dos precursores Charles Babbage (inglês, 1791-1871) e Ada Augusta Byron King, Condessa de Lovelace, apenas Ada Lovelace (inglesa, 1815-1852, morreu prematuramente de câncer no útero), o primeiro computador ficou pronto em 1946, o ENIAC, estamos para completar 70 anos apenas em 2016.

Agora bitescrevemos, escrevemos em BIT’s nas memórias permanentes ou impermanentes das máquinas, quer dizer, dos programáquinas. Escrevemos em mapas de zeros e uns. Não é, senão em aparência, como nesta página que aparece branca na tela do TV - de modo nenhum, é uma configuração. Para mim aparece como uma tela branca (nem sei se pode aparecer em outra cor ou formato – além deste, que é “cenário” horizontal, há o “retrato” vertical que acredito preferível para escritores: neste caso seria preciso colocar o monitor na vertical).

É verdadeiro, claro, mas é também ilusão.

Gravei muito do que escrevi (e denominei MP Modelo Pirâmide) em papel, gastando muita tinta e milhares de páginas de papel A4 (não aproveitei o outro lado, o verso, o que considerei perda, não sabia fazer), tentando proteger em “meio material” (o programáquina também é, daí as aspas) o esforço; gastei tinta preta e colorida aos montes. Depois de um tempo, tendo dinheiro, paguei e pedi para imprimirem em CD-DVD, fizeram isso seis anos passados para três (Alfa Ômega, 175 + 3 Cartilhas e Material Sensível) e recentemente para outros três DVD (dois no Prova DiN e um no Testamento), total de seis: estão lá menos de 55 mil páginas, o esforço de toda uma vida, 95 % do que fiz – é plástico impresso, não são livros, não seria viável, 275 livros de 200 páginas, 100 folhas, custo enorme.

LIVROS QUE ERAM E DVD QUE SÃO (aquelas belas coisas estão reduzidas a estas também belas, mas não tão dignificadas pela geo-história)

http://mlb-s2-p.mlstatic.com/ressurreico-leon-tolstoi-1944-raro-14581-MLB194832204_8281-F.jpg
Eram assim, belos e raros ...
http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2012/12/dvd.png
Dizem que são imperecíveis, mas só Deus não some.
http://www.sobrelivros.com.br/sobrelivros/wp-content/uploads/2014/12/Livros.jpg
... agora são “livros-minuto”.
Wikipédia
DVD (abreviatura de Digital Versatile Disc , em português, Disco Digital Versátil) é um formato digital para arquivar ou guardar dados, som e voz, tendo uma maior capacidade de armazenamento que o CD, devido a uma tecnologia óptica superior, além de padrões melhorados de compressão de dados, sendo criado no ano de 1995 ...

Neste sentido de que há alguma impermanência no DVD, para o qual precisamos de delicadíssimo programáquina conversor, em relação ao livro, para o qual já levamos em nós o tradutor, nos deram falso papel.

Também desejo reclamar que a Vida-racional toda é Papel geral falso, no sentido de nos atribuírem tarefas compensativas idiotas.

SOMOS COMPENSADOS PELA ESTRANHA TAREFA DE MERGULHAR NO JOGO GERAL QUE É A TERRA-TELA (no Houaiss digital)

COMPENSAR
Verbo
Transitivo direto
1.        equilibrar, contrabalançar
Ex.: c. dois pesos
Transitivo direto, bitransitivo, intransitivo e pronominal
2.       corrigir ou anular (um mal, um dano, um incômodo) [com uma ação oposta]
Exs.: a qualidade do recital compensou a longa espera
Compensava o tédio com viagens ao exterior
A Índia ficava distante, mas seu comércio compensava na vida, o bem e o mal se compensam
Intransitivo
3.       acarretar lucro, benefício ou vantagem; valer a pena
Ex.: sempre compensa guardar alguns momentos para leituras

Somos consolados pelo empenho com o sentido da falsa permanência. Antes, na Europa de 300 ou 200 anos passados, faziam edições muito caras de mil exemplares, o que era uma festa, repetida na década dos 1970 no Brasil em números parecidos, enquanto nos EUA e na Rússia soviética faziam edições de milhões de exemplares, supostamente milhões liam, pelo menos compravam ou iam a bibliotecas. Agora, em toda parte, todo mundo escreve livros de papel, enquanto escrevo em bytes e plástico.

ESTAR A SERVIÇO, para mim, ou QUERER FICAR, permanecer, para outros, dá no mesmo, trata-se da grande ilusão que é o universo.

Serra, quinta-feira, 20 de agosto de 2015.

GAVA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário