Como
o Castelo de Cartas Fica de Pé?
No livro de Michael Lewis, Bumerangue
(Uma viagem pela economia do novo terceiro mundo), Rio de Janeiro, Sextante,
2011 (sobre original do mesmo ano), ele remete à enganação pelos ativos e à
aceitação pelos passivos, como faz também no outro que li, sobre as empresas de
2008.
Este texto fala dos países muito
comprometidos (pela ordem de apresentação Islândia, Grécia, Irlanda, Alemanha,
EUA, mas há muitos mais).
|
PÁGINA
|
CITAÇÃO
|
|
56
|
“A alavancagem compra um vislumbre de uma
prosperidade que você não conquistou realmente” [Antes da quebra em 2008 nos
EUA os gerentes máximos, os CEO, recebiam salários de 100 milhões de dólares
por ano, fora a compra de ações antes da opção pública, quer dizer, “no
barato”: seria fácil pensar que se recebiam tanto é porque estavam produzindo
resultados espúrios que satisfaziam os megainvestidores, seus verdadeiros
patrões].
|
|
65
|
“Achou que eu já soubesse que os únicos
gregos que pagavam seus impostos eram os que não podiam evitar: os
funcionários assalariados das grandes empresas, que eram descontados na
fonte” [O mesmo se dá no Brasil, acrescentando-se os dos governos, só que
parece que na Grécia é muito pior].
|
|
91
|
“ (‘Sou totalmente a favor de reduzir o
número de funcionários no setor público’, um investigador do FM me dissera.
‘Mas como fazê-lo se você sequer sabe quantos são? ’) ” [Simples, não comece
pelo que você não sabe, vá tirando os inúteis de um em um até chegar à
condição enxuta – você vai saber quando, porque as pessoas começam a reclamar
de sobrecarga].
|
|
107
|
“Um sistema bancário é um ato de fé: sobrevive
somente na medida em que as pessoas acreditam que sobreviverá”.
|
|
111
|
“(...) como ele mascarou milhões de euros
em empréstimos concedidos a si mesmo por seu próprio banco” [As pessoas estão
vendo claramente pela ostensividade da exibição de riqueza como fausto, o
esnobismo, o exibicionismo, a vida aparente que não pode explicar a fonte,
nem muito menos honesta].
|
Há muito mais no livro, você deve comprar os
livros desse rapaz.
É delicioso.
Não no que tange a ver a desgraça alheia, mas
em sentir o grau elevado, a intensidade das lições que o mundo está tirando de
suas trapaças, sem falar que nos EUA foi o povo que pagou, é o povo que está
pagando e é o povo que vai continuar pagando 50 trilhões, enquanto os
salafrários que enriqueceram desonestamente permanecem ricos (isso diz que
prestaram serviço nobilíssimo aos poderosos comandantes).
POR QUÊ o castelo de cartas vai sendo
construído com permissão dos espectadores e até com seus aplausos?
O CASTELO DE CARTAS É
OBSERVADO E AS PESSOAS BATEM PALMAS EMOCIONADAS À FRAGILIDADE
|
Poucos têm coragem de assoprar e colocar
abaixo a fragilidade malsã.
|
As mansões sustentam-se na favela moral que é a nação.
|
|
A sustentação militar-policial à
insegurança.
|
O mágico é celebrado como benfeitor que é da
instabilidade.
|
TANATOS
E EROS, VAGÕES E LOCOMOTIVA
|
TANATOS
|
TANATEROS
|
EROS
|
|
O difícil equilíbrio que é, se manter sério
e cuidadoso, pausado e meticuloso.
Agora a velocidade é muito maior.
|
||
|
Vagões que pesam ou puxam para trás, 50 %
de aproveitadores.
|
A locomotiva que puxa para diante tem de
trabalhar por dois.
|
|
|
ROUBALHEIRA.
|
TRABALHEIRA.
|
|
|
VAGÕES.
|
LOCOMOTIVA.
|
|
|
Sadismo.
|
Masoquismo.
|
Parte da coletividade (menos os 2,5 % ou 1/40
de sempre) aplaude os charmosos e vistosos contraventores, por exemplo, de
Hollywood, do Cinema em geral, de todo tipo de falcatrua, ardil ou dolo, sem
explicitá-los, sem mostrá-los à execração.
Enfim, a locomotiva gosta de sofrer e os
vagões gostam de sua profissão de fazer sofrer: nem esquerda nem direita são
bons para nós, temos de alijá-los.
Serra, terça-feira, o1 de setembro de 2015.
GAVA.







Nenhum comentário:
Postar um comentário