terça-feira, 15 de novembro de 2016


Como o Castelo de Cartas Fica de Pé?

 

No livro de Michael Lewis, Bumerangue (Uma viagem pela economia do novo terceiro mundo), Rio de Janeiro, Sextante, 2011 (sobre original do mesmo ano), ele remete à enganação pelos ativos e à aceitação pelos passivos, como faz também no outro que li, sobre as empresas de 2008.

Este texto fala dos países muito comprometidos (pela ordem de apresentação Islândia, Grécia, Irlanda, Alemanha, EUA, mas há muitos mais).

PÁGINA
CITAÇÃO
56
“A alavancagem compra um vislumbre de uma prosperidade que você não conquistou realmente” [Antes da quebra em 2008 nos EUA os gerentes máximos, os CEO, recebiam salários de 100 milhões de dólares por ano, fora a compra de ações antes da opção pública, quer dizer, “no barato”: seria fácil pensar que se recebiam tanto é porque estavam produzindo resultados espúrios que satisfaziam os megainvestidores, seus verdadeiros patrões].
65
“Achou que eu já soubesse que os únicos gregos que pagavam seus impostos eram os que não podiam evitar: os funcionários assalariados das grandes empresas, que eram descontados na fonte” [O mesmo se dá no Brasil, acrescentando-se os dos governos, só que parece que na Grécia é muito pior].
91
“ (‘Sou totalmente a favor de reduzir o número de funcionários no setor público’, um investigador do FM me dissera. ‘Mas como fazê-lo se você sequer sabe quantos são? ’) ” [Simples, não comece pelo que você não sabe, vá tirando os inúteis de um em um até chegar à condição enxuta – você vai saber quando, porque as pessoas começam a reclamar de sobrecarga].
107
“Um sistema bancário é um ato de fé: sobrevive somente na medida em que as pessoas acreditam que sobreviverá”.
111
“(...) como ele mascarou milhões de euros em empréstimos concedidos a si mesmo por seu próprio banco” [As pessoas estão vendo claramente pela ostensividade da exibição de riqueza como fausto, o esnobismo, o exibicionismo, a vida aparente que não pode explicar a fonte, nem muito menos honesta].

Há muito mais no livro, você deve comprar os livros desse rapaz.

É delicioso.

Não no que tange a ver a desgraça alheia, mas em sentir o grau elevado, a intensidade das lições que o mundo está tirando de suas trapaças, sem falar que nos EUA foi o povo que pagou, é o povo que está pagando e é o povo que vai continuar pagando 50 trilhões, enquanto os salafrários que enriqueceram desonestamente permanecem ricos (isso diz que prestaram serviço nobilíssimo aos poderosos comandantes).

POR QUÊ o castelo de cartas vai sendo construído com permissão dos espectadores e até com seus aplausos?

O CASTELO DE CARTAS É OBSERVADO E AS PESSOAS BATEM PALMAS EMOCIONADAS À FRAGILIDADE

http://nepo.com.br/wp-content/uploads/2014/03/13-castelo-de-cartas.jpg
Poucos têm coragem de assoprar e colocar abaixo a fragilidade malsã.
https://encrypted-tbn3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcQNcD6FPmi7QZryIgIFBkzv4vqcqTc6H57RwvWUuhfvD0208kMuyw
As mansões sustentam-se na favela moral que é a nação.
http://porkaria.com.br/wp-content/uploads/2012/03/Castelo-de-Cartas.jpg
A sustentação militar-policial à insegurança.
http://ativismoquanticodotcom.files.wordpress.com/2013/01/mg_1747.jpg
O mágico é celebrado como benfeitor que é da instabilidade.

TANATOS E EROS, VAGÕES E LOCOMOTIVA

TANATOS
TANATEROS
EROS
http://folhacentrosul.com.br/public/imagens_thumb/f6306b6c781da7d1566b622ebe13515d_thumb.jpg
O difícil equilíbrio que é, se manter sério e cuidadoso, pausado e meticuloso.
http://www.brasil247.com/images/cache/1000x357/crop/images%7Ccms-image-000329676.jpg
Agora a velocidade é muito maior.
http://www.dicionario10.com.br/images/significado/t/trabalheira-410406pMzNVaVnWC.jpg
Vagões que pesam ou puxam para trás, 50 % de aproveitadores.
A locomotiva que puxa para diante tem de trabalhar por dois.
ROUBALHEIRA.
TRABALHEIRA.
VAGÕES.
LOCOMOTIVA.
Sadismo.
Masoquismo.

Parte da coletividade (menos os 2,5 % ou 1/40 de sempre) aplaude os charmosos e vistosos contraventores, por exemplo, de Hollywood, do Cinema em geral, de todo tipo de falcatrua, ardil ou dolo, sem explicitá-los, sem mostrá-los à execração.

Enfim, a locomotiva gosta de sofrer e os vagões gostam de sua profissão de fazer sofrer: nem esquerda nem direita são bons para nós, temos de alijá-los.

Serra, terça-feira, o1 de setembro de 2015.

GAVA.

Nenhum comentário:

Postar um comentário