A Solidão de Silas
SILAS
É UM LABRADOR PARECIDO COM ESTES (exceto
que tem o focinho claro e é despigmentado; diz meu filho Gabriel - “dono” dele
e que lhe deu o nome com base no personagem de O Código da Vinci – que ele é recessivo)
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A minha sensação é que
Silas é mais bonito.
Entrementes, a Rede Cognata diz que
Silas = POLTRONA (de fato, ele gosta) = SOLIDÃO = SOBERANO = SUPERFÍCIES =
PESCOÇO = PERIGOSO = PATRONO = POLTRÃO = PRECIOSO e segue.
É a característica de solidão que
desejo comentar.
Silas vive em apartamento de três
quartos, um dos quais ocupado com livros; e um deles, o da Clara, sempre
fechado, porque ele morde tudo e destrói tudo. Por vezes fica irado quando se
sente abandonado e destroça algo. Pensando nisso através do Modelo da Caverna
para a Expansão dos Sapiens (MCES) vi que os guerreiros saíam com os cachorros
em enormes bandos ou matilhas e que eles, cães e guerreiros, se amavam
mutuamente e foram companheiros nas mais terríveis batalhas pela “grande
proteína”, as grandes presas com as quais alimentavam as tribos. Cavalos e
cachorros construíram literalmente a humanidade, como já disse.
A paixão devia ser grande a choradeira
geral quando morriam uns e outros. Guerreiros empedernidos, petrificados,
insensíveis, endurecidos pelas batalhas, deviam chorar como criancinhas, porque
a solidão de uns e outros era antigamente muito maior: não existiam esses
bilhões de agoraqui, eram poucos milhares de cro-magnons inicialmente ou
talvez, mais tarde, algumas centenas de milhares. Cada um contava.
E agora Silas foi tirado da Natureza,
só existimos para ele nós três e a gata persa de Clara, Yuki. É trágico. Ele
está com 11 meses e no máximo sai à rua com Gabriel de manhã e às vezes vai à
veterinária. Vive em reclusão total, dependente de agrados nossos, ao que é
muito apegado. Espero mesmo que haja um Deus para recolher as almas preciosas
desses animaizinhos.
SILAS
VIRARÁ ESQUELETO
(a vida é só uma sombra eletromagnética entre dois infinitos; mas há tremendo
brilho apreciável)
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Vitória, quarta-feira, 06
de dezembro de 2006.
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