domingo, 10 de junho de 2018


A Convivência Ligeiramente Inamistosa do Gigante e da Anã

 

Quando Silas (o cachorro labrador de Gabriel) chegou com um mês de idade a Yuki (gata persa de Clara), já adulta de dois anos e uns dois quilogramas, era maior que ele; rapidamente ele foi crescendo e incorporando por mês 1/3 dos sacos de 15 kg de ração, de modo que logo chegou aos 35 kg e além. De pé põe as patas sobre nossos ombros e agora é muito maior que ela. Para ela o Silas mudou extraordinariamente e de equivalente se tornou um gigante; para ele ela foi decrescendo e se tornou uma anã.

Ele põe a pata sobre ela e rosna, ela corre e se esconde, volta a cabeça e bate no focinho dele; ele rosna para o espaço, fingindo-se de valente, mas ela é firme e determinada, é agora uma jovem lady de três anos sexualmente madura. Ele é só uma criança de um ano-equivalente de idade.

EMBORA NÃO SEJA TANTO, É MAIS OU MENOS ASSIM


Coloco isso para falar das espantosas mudanças pelas quais passamos em nossas vidas psicológicas, racionais, humanas: não é de admirar que ainda tenhamos estabilidade diante de tantas alterações? Como é que nossa mente funciona para acomodarmos tantas modificações pessoambientais? Enchentes, calamidades, tsunamis, furacões, terremotos, nevascas, desaparecimento de indivíduos, quebras, falências e todo tipo de acontecimento súbito: como é que nossas mentes suportam essas diferenças todas? Ninguém ainda listou as vidas como sucessões de eventos em torno de um centro-estável, oscilando dimensionalmente segundo certo metro a estabelecer: como procedemos para manter a homeostase e o que é essa “propriedade auto-reguladora” dos organismos psicológicos? Quais são os órgãos psicológicos do corpo psicológico?

Vitória, sábado, 30 de dezembro de 2006.

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