quarta-feira, 16 de maio de 2018


Yuki Persegue a Lavadeira

 

Querendo ir para Portugal, minha filha trouxe sua gatinha persa de 14 anos Yuki (neve, em japonês) para deixar comigo.

Como já disse inúmeras vezes no MCES Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens, as mulheres desenvolveram através dos milênios os BIF, bioinstrumentos femininos, entre os quais as gatas (sempre as fêmeas, os machos eram coadjuvantes nesse filme delas), mais de 12 no total, é preciso fazer a contagem correta. Durante todo esse tempo em que desenvolvi o MCES, não consegui ver qual era o papel das gatas. Caçar os ratos não seria, pois estes sobreviveram, sinal que as mulheres – espertas como são (os ratos reproduzem-se numa rapidez avassaladora, a Folha de Londrina fala de um milhão de descendentes de um casal de ratos em três anos) - os usavam na eventualidade da falta da grande proteína que os homens caçavam. Se as mulheres tivessem desejado extermina-los, só encontraríamos hoje esqueletos dos roedores.

Se nunca foi para caçar ratos, porque as gatas foram desenvolvidas?

Uma vez, lá em Morada de Camburi, Vitória, na casa alugada onde moramos há 10 anos, Yuki levou passarinho morto e colocou na porta da Clara. Essa não poderia ser a resposta, caçar passarinhos, eles são pequenos demais para servir de alimentação continuada para a crescente e faminta população da caverna, os garotinhos tão amados. Raciocinei que as gatas foram desenvolvidas para proteger os garotinhos (as menininhas iam de lambuja) de bicadas nas têmporas, o miolo mole (caixa craniana antes da junção e solidificação das fissuras) das crianças recém-nascidas.

Outro inimigo terrível eram os insetos (todas as possíveis entradas para os órgãos são protegidas, inclusive as axilas, que levam direta e rapidamente ao coração, por onde dão o “golpe de misericórdia”, vi isso numa série sobre vikings), então dominantes e mesmo hoje onipresentes nos limites com as florestas.

AS JACINTAS OU LAVADEIRAS (o povo chama assim, porque elas colocam o rabo na água, não sei a razão) – também conhecidas como tira-olhos ou libelinhas em Portugal: talvez a chave seja esse “tira-olhos”, pousar no olho dos recém-nascidos.

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Odonatas anisópteras.

Insetos eram e continuam a ser perigosíssimos. Hoje não são mais tão amedrontadores, dado serem as cidades lugares de antigas florestas devastadas, mas ainda constituem de 20 a 33 % de todas as espécies que já existiram na Terra, 1/3 no máximo. Quando vi a lavadeira que a Yuki matou e deixou na sala, entendi que as gatas protegiam os filhotes de pássaros e insetos.

Brilhante.

E são essas companheiras fantásticas que alguns homens trouxas chamam de inferiores!

Vitória, quarta-feira, 16 de maio de 2018.

GAVA.

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