sábado, 12 de maio de 2018


A Renovação do Teatro

 

Tenho colocado assim: re-nov/ação, ato permanente de re-novar, tornar novo; o que significa alterar os SENTIDOS DO TEATRO (que é todo, não é parte: é relativo ao tato, coisa de pegar).

RE-NOVANDO DO SENTIDO DO TEATRO

·       Renovação da visão;

·       Renovação da audição;

·       Renovação do olfato;

·       Renovação do paladar;

·       Renovação do tato.

Como o teatro pode, legitimamente, apelar a todas as 22 tecnartes do corpo há que fazer isso, inclusive usando a geo-história do Teatro geral para falar do TEATRO NOVO.

Seria novo em quê?

Não adianta colocar placa de “sob nova direção” se isso nada significar: a farsa é descoberta logo. Ninguém vai muito longe com base em mentiras, pois a velha advertência de Lincoln volta: pode-se enganar a muitos durante pouco tempo, pode-se enganar a poucos durante muito tempo, mas não se pode enganar a todos durante todo o tempo. Além do quê, em primeiro lugar, não é decente viver de mentiras e ocupa muito espaço de memória.

Assim, o ideal é dizer “novo” só que for efetivamente novidade.

Para começar, é preciso que o novo teatro renove seu compromisso com a construção de um NOVÍSSIMO CONTRATO SOCIAL pós-contemporâneo que inclua as frações politicamente inexpressivas como as crianças, os velhos, os negros, as mulheres, os índios e todos que se sentem diminuídos. Não pode ser compromisso “da boca (de cena) para fora”. Como o teatro é por natureza não-maciço, é íntimo, é mais fácil ser comprometido com as ordens sociais divergentes da central-esmagadora. Como o Teatro não tem tantas rendas como, digamos, o cinema, pode correr riscos que seriam intoleráveis para os capitalistas da indústria cinematográfica.

Desse modo, a renovação do Teatro geral não é tão problemática se houver projeto competente, projeto capaz de aturdir os intelectuais e as massas potencialmente espectadoras, chamando-as à ação.

Vitória, terça-feira, 26 de setembro de 2006.

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