A Renovação do Teatro
Tenho colocado assim: re-nov/ação, ato
permanente de re-novar, tornar novo; o que significa alterar os SENTIDOS DO
TEATRO (que é todo, não é parte: é relativo ao tato, coisa de pegar).
RE-NOVANDO
DO SENTIDO DO TEATRO
·
Renovação
da visão;
·
Renovação
da audição;
·
Renovação
do olfato;
·
Renovação
do paladar;
·
Renovação
do tato.
Como o teatro pode, legitimamente,
apelar a todas as 22 tecnartes do corpo há que fazer isso, inclusive usando a
geo-história do Teatro geral para falar do TEATRO NOVO.
Seria novo em quê?
Não adianta colocar placa de “sob nova
direção” se isso nada significar: a farsa é descoberta logo. Ninguém vai muito
longe com base em mentiras, pois a velha advertência de Lincoln volta: pode-se
enganar a muitos durante pouco tempo, pode-se enganar a poucos durante muito
tempo, mas não se pode enganar a todos durante todo o tempo. Além do quê, em
primeiro lugar, não é decente viver de mentiras e ocupa muito espaço de
memória.
Assim, o ideal é dizer “novo” só que
for efetivamente novidade.
Para começar, é preciso que o novo
teatro renove seu compromisso com a construção de um NOVÍSSIMO CONTRATO SOCIAL
pós-contemporâneo que inclua as frações politicamente inexpressivas como as
crianças, os velhos, os negros, as mulheres, os índios e todos que se sentem
diminuídos. Não pode ser compromisso “da boca (de cena) para fora”. Como o
teatro é por natureza não-maciço, é íntimo, é mais fácil ser comprometido com
as ordens sociais divergentes da central-esmagadora. Como o Teatro não tem
tantas rendas como, digamos, o cinema, pode correr riscos que seriam
intoleráveis para os capitalistas da indústria cinematográfica.
Desse modo, a renovação do Teatro
geral não é tão problemática se houver projeto competente, projeto capaz de
aturdir os intelectuais e as massas potencialmente espectadoras, chamando-as à
ação.
Vitória, terça-feira, 26 de setembro
de 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário