Papel Carimbado

 

Tenho visto na Web pessoas em bancas ou mesas carimbando, dos contratados ou passantes demonstrativos desavisados, notas de dinheiro. Essa gente não compreende NEM DE LONGE a complexidade da moeda, de que o papel-moeda é um dos numerosos representantes (há a moeda metálica, a moeda de plástico, a moeda numérica, o ouro e metais preciosos, terras em garantia, cheques, promissórias, até o apalavramento, tudo que assegura transferência de propriedade – a coisa vai muito longe e de fato envolve toda a complexidade da Psicologia, TODA MESMO). É, como não poderia deixar de ser, elemento dos mais extremos em termos de razão: diz respeito a confiabilidade, Estado, Governo geral, poderes, forças armadas, relações intergovernamentais, acontecimentos fortuitos (sempre são, embora não pareçam) da Natureza, desenho biológico-p.2, desenho-psicológico-p.3, estado de guerra (guerra) ou de pré-guerra (paz), uma infinidade de coisas.

ENTREMENTES, o papel-moeda em particular, que é agora somente 10 % de todas as representações PENSADAS (o alcance dialógico humano é muito deficiente), é INSTRUMENTO de consecução, de realização, de operacionalização, opera a credibilidade nas transferências, como todos os outros modos. Ora, porisso mesmo o papel-moeda é muito vigiado pelo Banco Central e seus agentes, ele é PRECISAMENTE desenhado, há leis que definem altura e largura, marcas d’água, desenho, assinaturas (é uma grande honra, que os estúpidos não percebem) e seus lugares, cores, textura do papel, marcas de divergência (que dificultam falsificação), números e suas posições, sequenciamento, tudo, tudo de fato. É incomparavelmente complexo e não há um só livro que tenha tocado nem que seja satisfatoriamente como principiante as dimensões éticas, morais, políticas do dinheiro expresso em papel ou nos outros modos.

A MUDANÇA BURRA

SEM CARIMBO.	COM CARIMBO.
Este representa dinheiro.	Este não representa.

Mesmo se for um rabisco, um recorte, mancha de tinta ou qualquer outra alteração, se ALTERAR A ESTAMPA ou fotografia deixa de representar dinheiro, resguardo do Estado, voltando a ser papel (pode colocar fogo ou usar para limpar). Inclusive é falsificação e o falsário pode ser preso e enquadrado no conjunto das leis da República por alterar o padrão de embasamento de trocas.

Eles sequer percebem isso. Uma vez carimbado, tornando-se papel, não vale como dinheiro e a pessoa que pegou o papel com carimbo perdeu poder de compra, os comerciantes e demais agentes econômicos ou quaisquer populares podem recusar, não têm mais nenhuma serventia.

Babau.

Quanto mais notas carimbam, mais dinheiro perdem.

Vitória, quarta-feira, 2 de maio de 2018.

GAVA.