terça-feira, 15 de maio de 2018


O Conhecimento do Crime

 

Ontem foi a vez na 3ª Seção do Tribunal do Júri da Comarca de Vitória do réu Carlos Alberto Paradelas (tem 33 anos e três filhos, o mais recente, de cinco meses, feito na prisão), cujos quesitos estão anexados. Ele é traficante, matou alguém, está preso há 4,5 anos condenado a 20,5 anos pelos crimes anteriores, mas nesse caso especial de que participei foi inocentado 4 a 3 porque o crime tendo ocorrido em 1997 envolvendo nove assassinos de dois guardas ajuntaram em 2004 mais três supostos participantes, ele e outros dois.

Um dos nove era menor e foi excluído, embora portasse arma; o tal de Nego Rose teria dado três tiros e exigiu que todos mostrassem as armas para garantir todos terem participado. O garoto menor pode ter atirado, mas excluindo-o ficariam sete; cada um disparando pelo menos uma bala seriam 10 (3 + 7), enquanto acusavam o Paradelas de ter dado dois tiros, o que somaria 12. Perguntei se sabiam quantos tiros cada policial tinha recebido e ninguém tinha idéia, nem se preocuparam em investigar no laudo cadavérico (nem juiz, nem advogado, nem promotora), embora isso fosse crucial e definidor; salvo engano o advogado de defesa teria dito terem sido (3 + 5 =) 8 tiros, o que excluiria automaticamente o Paradelas. Ninguém investigou porque era crime envolvendo dois policiais da PM2 (PM paralela, que investiga os próprios militares; os dedos-duros de dentro que são detestados pelo restante da Corporação). Depois de termos votado 4 nãos a 3 sins no primeiro crime tivemos de votar de novo no segundo, embora os dois policiais estivessem juntos e o tempo todo tanto defendente quanto atacante tivessem frisado repetidamente que foram arrastados juntos morro acima – falta lógica. Como já disse, ninguém é treinado em lógica.

Em resumo, um elemento crucial não foi definido.

E assim foi em cada julgamento de que participei até hoje.

Não há base para decisão concreta.

Os “juízes de fato” estão lá apenas para dar autorização legal ao prosseguimento da farsa legal.

Seria preciso constituir um CORPO DE PESQUISADORES & DESENVOLVEDORES do Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática), em particular da pontescada científica (Física-Química, Biologia-p.2, Psicologia-p.3, Informática-p.4, Cosmologia-p.5, Dialógica-p.6), de modo a dar sustentação às investigações da polícia criminal, assim como nos EUA existem os tais “detetives médicos”; aqui deveriam fazer acompanhar as buscas a pontescada técnica (Engenharia/X1, Medicina/X2, Psiquiatria/X3, Cibernética/X4, Astronomia/X5, Discursiva/X6).

Como é para os pobres e os que devem ser excluídos ou pagar o pato da festa ninguém dá muita bola. Claro, a sociedade está se julgando e se condenando, porque cada gesto nosso é afirmativo e negativo ao mesmo tempo. Com esse tipo de falha a coletividade está deixando rastros terríveis, denúncias escabrosas, no mínimo opostas ao decoro.

Vitória, terça-feira, 03 de outubro de 2006.

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