Na Ponta da Agulha
Toda pessoa que está viva pode
potencialmente morrer no segundo seguinte, no “instante de Planck” seguinte,
num infinitésimo de tempo. REALMENTE não é assim, velhos são mais propensos a
morrer, assim como doentes terminais e pessoas que passaram por operações.
UMA
AGULHA DE PERFIL
(“de comprido”, como diz o povo)
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Mais do que na “lâmina da Gilete”,
donde se pode cair para a esquerda ou a direita, na ponta de uma agulha se pode
cair em toda direção e sentido, menos o da própria agulha.
POSSIBILIDADES
DE QUEDA (tudo é
negro abismo, em toda volta)
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Um jovem de tenra idade tem chance
pequena de morrer por enfermidade, embora estejam espreitando-o as quatro ou
cinco mil doenças genéticas potenciais; já uma pessoa de mais idade tem chances
grandes, porque o organismo enfraqueceu. Isso é o trivial, com algum
rebuscamento.
O que não é trivial é que essa
condição PdA, digamos assim, seja uma através das quais se pode atingir a
iluminação, o sentido de pertencer/não-pertencer base do disparo para a
totalidade. Estar sempre amparado traz a ilusão da eternidade, da
inatingibilidade: a pessoa pensa estar garantida. Contudo, quando “as coisas
ficam pretas”, metafórica e realmente, o corpomente entra em fusão, como na
paixão de Cristo, dando-se o salto rumo ao não-finito.
É uma condição muito especial, para
tantos indesejável.
Ver-se assim, em total perigo, em
lugar de levar ao desespero produz a síncope salvadora.
ISSO não é trivial.
Vitória, terça-feira, 10 de outubro de
2006.
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