Escola
das Relíquias Sagradas
Para produzir,
todas as instituições e iniciativas se organizam; inclusive passam a constituir
corpo que se autodefende. Não será diferente com as RS e os produtos atlantes e
adâmicos, haverá toda uma realidade colada com a outra, maior, completa, dos
fatos de primeira instância. Da geologia à paleontologia, da antropologia à
arqueologia e à geo-história todos os estudiosos de todo o Conhecimento se
realinharão com a nova chave (o mesmo acontecerá com a Métrica Musical
Absoluta, com o indiciador epistemológico e tudo mais – será interessante
observar cada qual procurando seu furinho para tentar chegar à e na frente).
É evidente que os
de agora, logo depois de hoje, amanhã mesmo, quando começar o processo haverá
gente disposta a repassar as primeiras e tíbias experiências e teorizações aos
que nem isso conhecem, ávidos que estarão para se matricularem no
ensinaprendizado da nova chave.
É lógico.
Quase todos querem
ser fotografados pela mídia, entrevistados, dizer “alô papai, alô mamãe, sábado
estarei aí para o churrasco” (ou a festa vegana com tomates fatiados, “vamos
queimar um espinafre”: na realidade, queria ser assim).
DE FATO, MESMO,
logo empresários colocarão escolas e redes de escolas, do maternal até o
pós-doutoramento para faturar o rico dinheirinho da curiosidade insopitável,
incontrolável. É da natureza humana, não pode haver ajuntamento de enterro sem
aparecer logo a barraquinha de espetinho de gato e a cerveja geladíssima, a
venda de santinho com o retrato do morto, isso tudo que conhecemos do Brasil.
Bem, você pode imaginar
o aborbulhamento por todo mundo no caldeirão dos oportunistas, milhões ocupados
em servir de ponte entre a curiosidade da clientela e a tomada do rico
dinheirinho dela. E, quem sabe, conseguir esses diaristas/jornalistas (até de
livros-minuto), a título propagado de devoção, seu pedaço do morto, já que alguns
morrem de dó de o dinheiro das pessoas ficar com elas.
Surgirão escolas
das RS e produtos.
É pacífico, pode
contar, o comércio da Fé é antigo, o que é grande pecado na estrada que leva ao
Inferno, à perdição.
Logo depois vem o
desdobramento, as leis de proteção, os agentes da autoridade da lei, a
preocupação do Governo geral, as atividades tutoras frenéticas dos gerentes da
Fé, os tecnocientistas interessados em investigar hoje o que desprezavam ontem
e assim por diante, muito por diante, cada vez maior volume de oportunistas.
Olhando bem, fora deter
extremos destrutivos, o que você pode fazer? Ou eu? Tentar interferir só leva a
crises de ansiedade e falências corpomentais. Largue de mão, o mundo não se faz
só de luz. Controle um pouco, vigie um tanto, recondicione, redirija,
reposicione com cuidado e tranquilidade, e deixe ir. Aflição demais só vai fazer
você ter ataques cardíacos e aí teríamos um defensor a menos.
Vitória, sábado, 5
de maio de 2018.
GAVA.
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