A Família Principal e
as Quedas Subsequentes Dela Geradas
Já vimos que há
chances de a flecha (meteorito ou cometa) se despedaçar na queda, como
aconteceu com o Shoemaker-Levy 9 em Júpiter em 1994. Então, os pedaços se
espalham a partir do eixo principal, que coincide com o dentro de massa do
sistema original e conseqüentemente do resultante. Daí há chances de os 30 mil
da Lua serem de um número muito menor de famílias cujos membros vão estar espalhados
numa certa área e todos no mesmo horizonte temporal, no máximo com algumas
horas de diferença. A Terra tem de área tanto quanto 13 vezes a do satélite,
porisso deveríamos ter uns 400 mil buracos, 2/3 nos mares e oceanos, mas só
foram achados 200 em terra.
Haveria, portanto,
uma primeira redução relativamente às dimensões das famílias.
Agora, é certo que
ao cair há – anteriores aos efeitos termomecânicos - os efeitos mecânicos, que
se dão antes que o esquentamento pela entrega maior de energia se faça: ar,
água, terra/solo e Vida (e, se houver, Vida-racional) são expulsas do foco,
gerando uma série de acontecimentos em cadeia dos quais já falei, mas que os
tecnocientistas poderão explicitar muito melhor. Neste caso, cada um dos
membros da família ao chocar-se e antes de transformar o solo em plástico mole
rebenta em pedaços, alguns dos quais ficam e outros sobem de volta, levando
consigo porções desse mesmo solo, podendo gerar talvez dúzias de meteoritos
pequenos, de modo que podem ser suscitadas dezenas de crateras em cada queda e
até centenas de quedas pequenas correlatas posteriores à família em cada uma
das grandes quedas que, calculamos, foram mais de 140 no decorrer dos 3,8
bilhões de anos da Vida na Terra.
Não só as grandes
flechas geram, as pequenas também, só que neste caso meteoritos pequenos e até
micrometeoritos.
Pode ser que as
quedas reais sejam em número BEM MENOR, talvez na razão de 1/10 ou mesmo de
1/100. Então, em vez de 30 mil na Lua teríamos, digamos, três mil ou 300
principais. Na Terra não é possível estudar num conjunto de 200 quedas
identificadas, das quais não temos os colaterais, mas na Lua sim,
definitivamente sim. E é uma sorte termos um satélite tão perto, de 300 a 480
mil km, ao qual podemos enviar naves corriqueiramente e do qual podemos de fato
com os telescópios de solo e do espaço nitidamente ver TODAS as crateras. Vênus
está coberto de nuvens que atrapalham as quedas, Marte e Mercúrio estão mais
distantes. É uma sorte podermos olhar todas aquelas quedas lunares. É uma
benção, porque pelos exemplos da Lua poderemos olhar melhor a Terra,
identificando mais rapidamente.
OLHANDO
A LUA (parece uma
queda só; não é muito lógico todas essas quedas mirarem o mesmo lugar – qual a
chance de isso acontecer?)
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