quinta-feira, 7 de setembro de 2017


A Família Principal e as Quedas Subsequentes Dela Geradas

 

                            Já vimos que há chances de a flecha (meteorito ou cometa) se despedaçar na queda, como aconteceu com o Shoemaker-Levy 9 em Júpiter em 1994. Então, os pedaços se espalham a partir do eixo principal, que coincide com o dentro de massa do sistema original e conseqüentemente do resultante. Daí há chances de os 30 mil da Lua serem de um número muito menor de famílias cujos membros vão estar espalhados numa certa área e todos no mesmo horizonte temporal, no máximo com algumas horas de diferença. A Terra tem de área tanto quanto 13 vezes a do satélite, porisso deveríamos ter uns 400 mil buracos, 2/3 nos mares e oceanos, mas só foram achados 200 em terra.

                            Haveria, portanto, uma primeira redução relativamente às dimensões das famílias.

                            Agora, é certo que ao cair há – anteriores aos efeitos termomecânicos - os efeitos mecânicos, que se dão antes que o esquentamento pela entrega maior de energia se faça: ar, água, terra/solo e Vida (e, se houver, Vida-racional) são expulsas do foco, gerando uma série de acontecimentos em cadeia dos quais já falei, mas que os tecnocientistas poderão explicitar muito melhor. Neste caso, cada um dos membros da família ao chocar-se e antes de transformar o solo em plástico mole rebenta em pedaços, alguns dos quais ficam e outros sobem de volta, levando consigo porções desse mesmo solo, podendo gerar talvez dúzias de meteoritos pequenos, de modo que podem ser suscitadas dezenas de crateras em cada queda e até centenas de quedas pequenas correlatas posteriores à família em cada uma das grandes quedas que, calculamos, foram mais de 140 no decorrer dos 3,8 bilhões de anos da Vida na Terra.

                            Não só as grandes flechas geram, as pequenas também, só que neste caso meteoritos pequenos e até micrometeoritos.

                            Pode ser que as quedas reais sejam em número BEM MENOR, talvez na razão de 1/10 ou mesmo de 1/100. Então, em vez de 30 mil na Lua teríamos, digamos, três mil ou 300 principais. Na Terra não é possível estudar num conjunto de 200 quedas identificadas, das quais não temos os colaterais, mas na Lua sim, definitivamente sim. E é uma sorte termos um satélite tão perto, de 300 a 480 mil km, ao qual podemos enviar naves corriqueiramente e do qual podemos de fato com os telescópios de solo e do espaço nitidamente ver TODAS as crateras. Vênus está coberto de nuvens que atrapalham as quedas, Marte e Mercúrio estão mais distantes. É uma sorte podermos olhar todas aquelas quedas lunares. É uma benção, porque pelos exemplos da Lua poderemos olhar melhor a Terra, identificando mais rapidamente.

OLHANDO A LUA (parece uma queda só; não é muito lógico todas essas quedas mirarem o mesmo lugar – qual a chance de isso acontecer?)

Vitória, domingo, 27 de março de 2005.

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