Prodigioso
Hesíodo
Na página 268 de
seu livro, Tudo o que Precisamos Saber, mas Nunca Aprendemos sobre Mitologia,
2ª edição, Rio de Janeiro, Difel, 2015 (sobre original de 2005), Kenneth C.
Davis diz sobre um dos dois livros de Hesíodo (o outro é Os Trabalhos e os Dias):
“O poema [Teogonia,
a criação dos deuses], um tanto breve se comparado aos épicos de Homero, contém
o nome de mais de trezentos deuses do panteão grego, sendo alguns desconhecidos
e insignificantes”.
Desconhecidos
agora.
Insignificantes,
não-significativos POR QUE? São retratos da psicologia pessoambiental grega, os
psicólogos deveriam estuda-los.
HESÍODO
(alguém capaz de fazer atravessar suas obras
por 2,75 mil anos, em meio a toda competição e todo esquecimento, deve ser
pessoa interessante)
O irmão, Perses, roubou parte de sua herança
corrompendo os funcionários públicos, história antiga: enfim, Hesíodo teve de
viver, enfrentar a psicologia adversa.
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Wikipédia.
Hesíodo (em grego:
Ἡσίοδος, transl. Hēsíodos)
foi um poeta oral
grego da Antiguidade,
geralmente tido como tendo estado em atividade entre 750 e 650 a.C., por volta do mesmo período
que Homero.[1][2]
Sua poesia é
a primeira feita na Europa na qual o poeta vê a si
mesmo como um tópico, um indivíduo com um papel distinto a desempenhar.[3]
Autores antigos creditavam a ele e a Homero a instituição dos costumes
religiosos gregos,[4] e
os acadêmicos modernos referem-se a ele como uma das principais fontes para a
religião grega, as técnicas agriculturais,
o pensamento
econômico (chegou a ser referido, por vezes, como o primeiro economista),[5] a
astronomia
grega arcaica e o estudo do tempo.
Hesíodo
utilizou diversos estilos do verso tradicional, incluindo a poesia gnômica, hínica, genealógica
e narrativa,
porém não foi capaz de dominar todas com a mesma fluência; as comparações com
Homero costumam lhe ser desfavoráveis. Nas palavra de um estudioso moderno de
sua obra, "é como se um artesão, com seus dedos grandes e desajeitados,
estivesse imitando, paciente e fascinadamente, a costura delicada de um
alfaiate profissional."[6]
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Dificilmente o
pastor Hesíodo poderia ser mesmo alguém ignorante a pastorear cabras, bodes e
cabritos.
Primeiro, havia seu
trabalho, pelo que ficou conhecido, tomando seu tempo com seus aborrecimentos
típicos.
Segundo, teve de
pesquisar nos livros já existentes (recém saídos da Idade das Trevas grega, de
1100 a 800 a.C.).
Terceiro, teve de
ouvir o povo, reunindo suas lembranças meticulosamente (dos deuses “desconhecidos
e insignificantes”) e as das elites (dos deuses “nobres”, que ajudam a
governar).
Quarto, era poeta,
versado em poetizar, em colocar em versos sua versão da pseudo-realidade
teogônica e promover aceitação, que é a verdadeira propaganda.
Quinto, findado o
período de domínio grego, com o domínio da Grécia antiga pelos romanos por
volta de 200 a.C., teve de manter o interesse do futuro por mais 2,2 mil anos.
Há gente em nosso tempo que é esquecida não em 200, mas em 20 anos, tempo é uma
coisa que foge mesmo em todos os sentidos, é um bater pontual que arrebenta
tudo.
Não é fácil se
manter visível, frente à variedade de invenções que atraem a atenção das novas
gerações. As que vão desaparecendo devem manter o interesse com base em
resposta que dão AO PRESENTE: 2.750/25 (para dar números com zeros; considero
30 anos uma geração) = 110 gerações que tiveram de guardar seus livros, frente
às novas oportunidades. Pode buscar quantos mantém a atenção da geração
seguinte...
Vitória, quinta-feira,
19 de julho de 2018.
GAVA.
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