Felipe, que Traiu
Nely
Comprei por R$ 13,00 no sebo República das
Letras, em Jardim da Penha, Vitória, ES, o livro de Kay Hoffman As Dores de Amor de Sócrates, São
Paulo, Madras, 2003 (sobre original alemão de 2001). Nele há uma dedicatória:
“Felipe que Jesus esteja sempre com você. Beijos Tia Nely. 11-9-04”.
A maior possibilidade é que Felipe tenha
vendido o livro por uma bagatela. Na Internet consta que tem 142 páginas e vale
novo nas livrarias R$ 19,90, de que o valor constitui 65 %. Felipe deve ter vendido
pela metade do preço, R$ 6,50 ou R$ 7,00 reais e com isso mal tomaria três cervejas.
Desperdiçou o presente, o amor da tia e as valiosas lições proporcionadas por
K. Hoffman.
Isso é lá entre eles.
O fato mesmo é que a gente quase toda não dá
a mínima bola.
Sócrates viveu há mais de 2,4 mil anos e
depois dele vieram muitos raciocínios sobre tanta coisa, inclusive sobre suas
lições. Esses 2.400 anos constituem 80 gerações “felipianas”, de gente como
Felipe que não liga para a realidade, que a vive como usufruto emocional,
“questão de pele”, como diz o povo: “carpe diem”, viva o agora-aqui, o
instante, o momento, a gula, a fome intensa e incontrolável que administra o
corpomente de tantos.
Não estou jogando Nely contra Felipe nem
vice-versa: este texto tem pouca chance de ser lido já e muito menos um dos
dois ou ambos. O que vale é pensar sobre as oportunidades perdidas e sobre
como, tendo TANTAS e tão fantásticas riquezas as desperdiçamos sem qualquer
titubeio ou vacilo. Que preciosidade são os livros! E quão pouco valor damos a
eles. É chocante!
Vitória, sexta-feira, 06 de abril de 2007.
Nenhum comentário:
Postar um comentário