Filmacima
ou Filma para Cima
Olhando os filmes
de Bollywood tenho a garantia de que o amor esfuziante pode reparar os danos do
ódio no corpomente do mundo, posso ver que são alegres e projetados, dançando e
romantizando seus roteiros.
Ao contrário, há um
rancor persistente no Ocidente (Europa, EUA, Brasil) que é como Pelanca, um
colega fiscal, que só estava feliz quando sofria: vivem expondo somente as
mazelas, os defeitos, os mancos, os cegos, os tortos, os dementes – e tudo sob
a ótica ilusória de que essas críticas doentias irão curar alguém, quando na
realidade deprimem a todos e a cada um. Só filmam favelas, quando há tantas belezas;
roubos, assassinatos, desastres morais, psicopatias, sociopatias, deficiências
governamentais. Só filmam para baixo: isso pode ser amor? Raramente é, quando é
grito de revolta contra os abusos, mas berros sinceros, que vem em rutilante
eficiência de faca contra o opressor. Eles não são assim, são fingidos. Não
podem falar das mazelas? Claro que sim! Que falem dentro da Regra de Pareto
80/20 alegria/tristeza, a vida já é difícil demais para ser o contrário.
Os hindus mostram
as belezas de lá, “de passagem” (já fazem de propósito, claro, e têm de fazer).
Escolhem um lugar e vão mostrar os encantos dele, estando a Índia a caminhos do
1,4 bilhão de habitantes, com equivalente aglomeração paupérrima; mesmo assim
não perdem a pose, oferecem a esses mesmos pobres e miseráveis o alívio de duas
horas de entretenimento até que o tempo melhor chegue.
Já no Brasil, o
eixo cinematográfico RJ-SP tem concepção negativa do país e seu povo,
constituindo-se de elites perversas e pervertidas que no empobrecido, no desvalido,
no despossuído enfiam pregos enferrujados para provocar gangrena.
Há contraste
notável entre as duas elites, indiana e brasileira, entre os iluminados e os
obscurecidos, escurecidos, enegrecidos de moto próprio, havendo tanta beleza em
nossa pátria. Intelecutualóides de merda, nunca gostei deles, desde a infância.
Orgulho, vaidade, alienação. Lá constroem paracima, aqui parabaixo, para criar
essas duas palavras.
Vitória, quinta-feira,
19 de julho de 2018.
GAVA.
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