quinta-feira, 19 de julho de 2018


Filmacima ou Filma para Cima

 

Olhando os filmes de Bollywood tenho a garantia de que o amor esfuziante pode reparar os danos do ódio no corpomente do mundo, posso ver que são alegres e projetados, dançando e romantizando seus roteiros.

Ao contrário, há um rancor persistente no Ocidente (Europa, EUA, Brasil) que é como Pelanca, um colega fiscal, que só estava feliz quando sofria: vivem expondo somente as mazelas, os defeitos, os mancos, os cegos, os tortos, os dementes – e tudo sob a ótica ilusória de que essas críticas doentias irão curar alguém, quando na realidade deprimem a todos e a cada um. Só filmam favelas, quando há tantas belezas; roubos, assassinatos, desastres morais, psicopatias, sociopatias, deficiências governamentais. Só filmam para baixo: isso pode ser amor? Raramente é, quando é grito de revolta contra os abusos, mas berros sinceros, que vem em rutilante eficiência de faca contra o opressor. Eles não são assim, são fingidos. Não podem falar das mazelas? Claro que sim! Que falem dentro da Regra de Pareto 80/20 alegria/tristeza, a vida já é difícil demais para ser o contrário.

Os hindus mostram as belezas de lá, “de passagem” (já fazem de propósito, claro, e têm de fazer). Escolhem um lugar e vão mostrar os encantos dele, estando a Índia a caminhos do 1,4 bilhão de habitantes, com equivalente aglomeração paupérrima; mesmo assim não perdem a pose, oferecem a esses mesmos pobres e miseráveis o alívio de duas horas de entretenimento até que o tempo melhor chegue.

Já no Brasil, o eixo cinematográfico RJ-SP tem concepção negativa do país e seu povo, constituindo-se de elites perversas e pervertidas que no empobrecido, no desvalido, no despossuído enfiam pregos enferrujados para provocar gangrena.

Há contraste notável entre as duas elites, indiana e brasileira, entre os iluminados e os obscurecidos, escurecidos, enegrecidos de moto próprio, havendo tanta beleza em nossa pátria. Intelecutualóides de merda, nunca gostei deles, desde a infância. Orgulho, vaidade, alienação. Lá constroem paracima, aqui parabaixo, para criar essas duas palavras.

Vitória, quinta-feira, 19 de julho de 2018.

GAVA.

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