Contrato
de Trabalho: é Fada
As fadas de antigamente, não sei se você se
lembra, faziam suas mágicas sem pedir nada em troca, era tudo gratuito, igual
mãe e pai, “de coração”, como diz o povo. As fadas não tinham conta em banco
nem iam a shopping, nem tinham de ir ao cabeleireiro todo sábado para fazer
chapinha ou mega hair, nem fazer unhas dos pés e das mãos nas manicures e
pedicuras, nem se produzirem, nem comprar bijuterias e chapéus, saias e
vestidos e tudo isso que as fadas fazem atualmente, sobrando agora pouco tempo
para ser fada mesmo.
As fadas de agora, de hoje, são diferentes e
para prestar serviço cercam-se de mil cuidados, com contratos de trabalho bem
minuciosos, com letras miudinhas, miudinhas, quase invisíveis.
CONTRATO
PADRÃO DE TRABALHO
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Acontece que o das fadas era mágico, você assinava
uma coisa e queria dizer outra (igual aos que os advogados fazem).
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Por sinal, depois que começou a onda da
Internet em 1989 no exterior e em 1995 no Interior-Brasil, as fadas aderiram
automaticamente àquilo de “li e concordo”, bastando-se colocar um X ou um V, de
visto, no quadrinho apropriado.
DIGO
QUE LI E CONCORDO QUE NÃO LI
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Era o movimento Fada Corporativa lançado pelo
SF (que alguns chamavam de Se F*), o Sindicato das Fadas que vinha promovendo
sucessivas palestras aconselhando usar a Tabela do Sindicato na prestação de
serviços e não, DE JEITO NENHUM, fazer por menos, como é obrigação do
corporativismo defender. Inclusive vinha de colocar vários outdoors dizendo
Fadas Unidas Jamais Serão Vencidas, seguindo os passos dos políticos em busca
de uma boquinha, já que elas eram bem pequenininhas.
AS FADAS SÃO F* (diziam as mais
audazes, utilizando os compositores funk, punk e outros cabeças para fazer
letras bem agressivas). Abaixo as fadas purinhas e tolinhas de antigamente,
aproveitadas como “mão de obra escrava” pelos humanos, mais uma prova de
especismo, comparadas com as de hoje.
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De
antes.
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De
agora (dos tempos da prostituinte para cá).
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As peitudas da Fadaboy.
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A fada fazendo plástica.
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As fadas estavam endurecendo sem perder a
permuta, dinheiro por trabalho, que ninguém mais é bobo. E as compras de
supermercado das fadas, quem paga? E os sapatos novos? E as contas de energia,
água, telefone, Internet? E as fadas solteiras?
O movimento crescia e a quantidade de serviço
pro Bono reduzia a olhos vistos, o individualismo crescia e os antigos valores
periclitavam.
Que tempos, que males!
Serra, terça-feira, 20 de novembro de 2012.
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