sábado, 21 de julho de 2018


Pré-Experiência de Locke

 

No livro de Kay Hoffman As Dores de Amor de Sócrates (Filosofia Prática para o Dia a Dia), São Paulo, Madras, 2003 (sobre original alemão de 2001) ela diz na página 22: “Posição bem contrária é a do fundado do empirismo inglês, John Locke (ensaio Concerning Human Understanding, 1689/90), sobre o surgimento da consciência humana. Todo conhecimento vem da experiência – daí o conceito de empirismo – seja ela externa, ou seja, pelos sentidos, ou interna, pela reflexão”, negrito-itálico meu.

Se todo conhecimento viesse da experiência, no momento do nascimento - quando não há nenhuma (ou recuando até a fusão do primeiro com o segundo, do espermatozóide com o óvulo, resultando no terceiro-fecundo) experiência prévia do que vem – como se daria o acoplamento entre os pré-existentes e o novo-existente? Se não houvesse código nenhum DE ACOPLAMENTO, como a conexão se daria?

Como direita recém-nascida se comunicaria com o que já existe do passado, da história? No entanto tal suposição, que é o empirismo, a superafirmação doente do empírico, é falsa, e foi a base do materialismo, que é falso também, tanto quanto o idealismo, a hiperafirmação do ideal. Os extremos são verdadeiros só quando os vemos assim, em diferença racional, mas não quando unidos pelo centro. Esquerdismo e direitismo são afirmações falsas porque incompletas do oposto-complementar: se há só esquerda há falta de 50 %. Como já vimos lá para trás, há toda uma pontescada formada dentro da psicologia-p.3, que por sua vez está na ponta além da física-química e da biologia-p.2. A Psicologia (figuras ou psicanálises pré-existentes, objetivos ou psico-sínteses pré-organizadas, produções ou economias pré-postas, organizações ou sociologias pré-arranjadas, espaçotempos ou geo-histórias pré-consignadas) passou já por PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e por AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nações e mundo em processo de globalização). Ninguém nasce mesmo no vazio e, como viu Gabriel, ninguém constitui de novo civilização desde o zero dos 3,8 bilhões de anos da Vida na Terra, dos 100 milhões de anos dos primatas, dos 10 milhões de anos dos hominídeos, dos 200 mil anos dos neandertais e dos 80 a 70 mil anos dos cro-magnons, contando já 11 mil anos desde Jericó em Jerusalém e 5,5 mil anos da invenção da escrita na Suméria.

As coisas não são re-inventadas. A língua, a capacidade de aprender através dela, está presente na mente do recém-nascido; assim como também DO LADO DE FORA todas as formestruturas que são PSICOLÓGICAS, isto é, adaptadas ao que vem ser (humano, quer dizer, contraparte da humanidade).

Locke não estava certo, assim como os idealistas também não, porque o que existe mesmo é o galinhovo: nem galinha nem ovo vieram antes. O que há é o espermatóvulo, constituindo um par indissolúvel, assim como o homulher de que a imagem invertida e infértil (= MORTA = IMPERFEITA na Rede Cognata) são os homossexuais.

Há pré-experiência, sim, mas não daquilo que será filtrado pelo indivíduo: nisso ele é único (= INDIVÍDUO = SOMENTE = SEMENTE e segue na RC).

Vitória, quinta-feira, 29 de março de 2007.

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