Gigantescas
Superfícies
O planeta é o
mesmo, mas as crianças veem tudo como muito maior e nos surpreendemos, quando crescemos
para o dobro do tamanho, que tudo que parecia grande parece agora pequeno.
Pensemos nos seres humanos como tendo dois metros e os gigantes de quatro e de
seis metros, nestes casos seus metros teriam o dobro e o triplo do nosso (todas
as suas unidades de medida seriam maiores). As distâncias seriam as mesmas, porém
as percorreriam com passadas de dois e três metros – de modo que o mundo pareceriam
menor, bem como os continentes e os lagos. Rios largos para nós seriam
facilmente ultrapassados por eles, que não precisariam de tantas pontes; e
passariam em muito mais vaus, porque os cursos dos rios seriam pouco profundos.
Aumentar ou
diminuir os tamanhos não é apenas métrica multiplicativa ou redutiva, envolve
formas e estruturas DISTINTAS EM PENSAMENTO.
Os CROM cro-magnons
anões de 91 cm do Oriente pensarão em todas as áreas como muito menores, a
metade da nossa visão. O que fosse córrego para nós, lhes pareceria rio.
As relações dos
gigantes com o universo seriam diferentes, com concepções distintas das nossas,
seus conceitos não emparelhando com os nossos; suas bolsas de supermercado
(claro, não havia – digamos, centros de compra) seriam enormes, mediriam um
metro de profundidade ou mais, sei lá. Suas relações entre si e com os animais
domésticos, os animais de criação para leite, para carne, para cavalgadura,
para pele, de estimação, de companhia e seus cavalos-equivalentes e
cães-equivalentes seriam dessemelhantes dos nossos muita coisa, nem os
reconheceríamos se os víssemos.
É engraçado como na
FC e na fantasia eles são apenas seres humanos grandes, os autores não pensam
nas desigualdades comportamentais, assim como quando aliens andam (são atores
humanos que os representam), suas pernas possuem articulações e trejeitos como
as nossas, com tiques semelhantes, um puxar de perna aqui, um gesto acolá. Até
mesmo quando não são antropoides se comportam como se fossem, os autores não
têm imaginação, oferecem-nos umas coisas bem pobres, miseráveis mesmo, como
quem vai às goiabas, sem qualquer traquejo maior com as profundidades.
Quando aparecem
gigantes, são seres humanos multiplicados.
Não, de jeito
algum, o mundo deles seria TOTALMENTE DIFERENTE nas formas e embora a lógica
fosse a mesma, com certeza a dialética relacional não seria, deveríamos contar
com pessoambientes dessemelhantes de nós.
Vitória, domingo, 1
de julho de 2018.
GAVA.
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