A China Aprisionada
pelas Muralhas
Uma coisa que a
gente aprende sobre a Grande Muralha da China é que ela não é uma só, são
várias, se estendem milhares de quilômetros e foram construídas por muito, muito
tempo, por muitas gerações de auto-suficientes chineses isolacionistas.
É uma grande obra,
tornou-se um grande símbolo, onipresente no mundo inteiro, indicação da
capacidade de trabalho de todo um povo, de sua persistência humana, da grandeza
de seus propósitos, uma alegria humana mesmo. Mas aprisiona a China, porque
jamais poderá ser destruída, dado ser um símbolo que serve aos nacionais e ao
mundo inteiro, patrimônio da humanidade. A China ficará eternamente prisioneira
desse símbolo.
O problema dos
símbolos é que eles estão primariamente dentro de nossas cabeças e enquanto
nossas cabeças não desaparecerem eles não desaparecerão. Os símbolos dos
antigos romanos só sumiram quando os antigos romanos desapareceram.
Como disse Antoine
de Saint Exupéry “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.
Usando a Rede Cognata podemos traduzir eternamente como CERTAMENTE, responsável
como MUDADO e cativas como QUERES, então TU TE TORNAS CERTAMENTE MUDADO POR
AQUILO QUE QUERES. Como disse Gabriel com outras palavras, aquilo que queres
também te quer, cria-se um vínculo, um laço indestrutível enquanto o querer
permanecer; e como agora é querer de dentro e de fora, já que o mundo não
desaparecerá tão fácil assim, a China estará eternamente prisioneira das
muralhas. Não foi apenas a China que fez as muralhas, as muralhas também
construíram a imagem de solidez e permanência da China – se as muralhas fossem
destruídas ficaria parecendo que a China poderia ser invadida. Cairia um mito
de invencibilidade, o que os chineses e as lideranças chinesas não poderão
tolerar.
Vitória, agosto de
2005.
AS GRANDES MURALHAS
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Grande
Muralha na China
1. Liaoning 2. Hebei 3. Tianjin 4. Beijing |
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