quinta-feira, 30 de novembro de 2017


Privação da Liberdade e Exposição Antiquadros

 

O OLHO DO PINTOR (cortou a direita, a esquerda, acima e abaixo, para trás dele e além dos objetos – favorecendo a visão do autor; além do quê põe um filtro, ressaltando pelas cores isso e aquilo, a lição emocional que ele quer passar)


Evidentemente isso é privação de liberdade, mas é ao mesmo tempo concessão dela (porque se o autor não tivesse ousado RETRATAR ou cortar você não teria visto nem isso, nem particularissimamente isso). A soma dos pares polares opostos-complementares é zero 50/50.

Mas aí é que entra a exposição anti-quadros, de modo que as pessoas não esqueçam de olhar o resto, o que não é mostrado: com imensos painéis avançando nas paredes, no chão, no teto, seja ordenada ou desordenadamente, em retângulos ou caoticamente desenhos ou fotografias maiores teriam uma parte pequena enquadrada. Não precisa ser em 2D, plano, mas pode assumir 3D (espacial) ou 4D (espaço com tempo, móbiles). Pode sair da sala, pode invadir corredores, pode ir à rua, pode dizer som, pode cheirar, pode restaurar a vida.
Vitória, agosto de 2005.

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