Privação da Liberdade
e Exposição Antiquadros
O
OLHO DO PINTOR
(cortou a direita, a esquerda, acima e abaixo, para trás dele e além dos
objetos – favorecendo a visão do autor; além do quê põe um filtro, ressaltando
pelas cores isso e aquilo, a lição emocional que ele quer passar)
|
Evidentemente isso é privação de
liberdade, mas é ao mesmo tempo concessão dela (porque se o autor não tivesse
ousado RETRATAR ou cortar você não teria visto nem isso, nem
particularissimamente isso). A soma dos pares polares opostos-complementares é
zero 50/50.
Mas aí é que entra a exposição
anti-quadros, de modo que as pessoas não esqueçam de olhar o resto, o que não é
mostrado: com imensos painéis avançando nas paredes, no chão, no teto, seja
ordenada ou desordenadamente, em retângulos ou caoticamente desenhos ou
fotografias maiores teriam uma parte pequena enquadrada. Não precisa ser em 2D,
plano, mas pode assumir 3D (espacial) ou 4D (espaço com tempo, móbiles). Pode
sair da sala, pode invadir corredores, pode ir à rua, pode dizer som, pode
cheirar, pode restaurar a vida.
Vitória, agosto de
2005.
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