As Peças do Primeiro
Motor
Onde estava o
primeiro motor antes que existisse? Essa é uma pergunta vã, sobre ser estúpida,
porque diz MOTOR, o que move (e não o que é movido): ele só existe a partir do
momento em que passa a existir = MODELAR na Rede Cognata. É um conjunto e
funciona enquanto tal.
MOTOR OU MODELO
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Antes eram peças e só eram peças
porque se destinavam ao motor, já que o motor PRÉ-EXISTIA na cabeça do
inventor, do modelador. Primeiro o motor é desenhado na cabeça do inventor, ele
pré-existe lá, onde está pré-modelado. Definido o que ele quer o construtor
começar a construir, a modelar peça por peça do futuro motor, que só é motor, que
move, quando estiver operacional, movendo enquanto conjunto e não como partes.
O motor organiza o caos, potencializa a realidade, porque sem ele não se
poderia fazer o que faz. Isso não é tautológico, pois devemos perguntar: o que
faz? Ele MOVE e esse mover é toda notícia. Move para frente (futuro), move para
trás (passado), alarga as possibilidades, redesenha toda a Psicologia (figuras
ou psicanálise, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias,
organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias), redireciona todos
os pensares, todos os usos.
Ora, as peças do primeiro motor são as
PRIMEIRAS PEÇAS, não existiam no ambiente tanto quanto o motor não existiu:
pois, por quê seriam fabricadas antecipadamente peças que só teriam utilidade
se o motor já existisse? Assim, o primeiro modelador deve construir peça por
peça de um motor que não existe ainda. Obviamente, como ninguém vê a utilidade
de cada peça separada de algo inexistente todos zombam do primeiro modelador,
porque só ele vê a utilidade que ninguém mais vê. É esse o sofrimento de todo
inventor, prático & teórico, técnico & científico. Todo pretendente a
inventor deve esperar passar por essa MANIFESTA ZOMBARIA, pois as pessoas não
podem não-manifestar, todos querem tirar uma casquinha (mas quando dá certo por
autodefesa todos esses se escondem, pois há outras gozações, dado que tudo é
50/50 e metade fica do lado do inventor, calada até que o motor comece a
funcionar).
PEÇAS
DO MOTOR (cada
uma é o MOTOR MENOR UMA, esta justamente a QUE FALTAVA em relação ao
inexistente – que dilema, hem?) – como é que essa impossível construção se faz?
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Todas essas centenas
e centenas de peças devem ATINGIR O OBJETIVO, isto é CONECTAR-SE, co-ligar-se,
ligarem-se umas às outras, serem contrapartes das outras e do todo – porisso
nunca agradecemos o suficiente ao primeiro estruturador, ao primeiro modelador.
A
ÁRVORE PRONTA (as
novas necessidades que o PRIMEIRO MODELADOR – de início o motor só existe para
ele, ninguém mais consegue vê-lo funcionando – sente antes de todos e cada um,
exceto ele mesmo)
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A TREMENDA CONJUNÇÃO
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Então,
o motor é um desenho da mente do modelador, assim como em termos
teológico-religiosos o pluriverso é uma visão da mente de Deus. Os motores da
Natureza são os trilhos das matrizes dentro das quais a inventividade de Deus
correu.
Vitória, agosto de 2005.
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