quinta-feira, 2 de novembro de 2017


200 Deuses Incógnitos que na Terra Passeiam

 

                            Gabriel está lendo O Livro Negro do Capitalismo, Rio de Janeiro, Record, 1999 (edição original francesa de 1995), de Gilles Perrault & alli. Na página 468 está escrito: “Em 1998, as 200 maiores empresas internacionais controlavam 80 % da produção mundial agrícola e industrial, bem como 70 % dos serviços e das trocas comerciais do planeta, portanto mais de dois terços dos 25 trilhões de dólares que representam o produto mundial bruto (há 100 anos, não chegava a um trilhão de dólares) ”. Naturalmente se esse único trilhão fosse atualizado daria muito mais. Se a inflação média do dólar fosse de 4 %, no período teria sido de 50 vezes, enquanto agora a produção mundial é de uns US$ 40 trilhões, dos quais 25 % em poder dos EUA (na verdade, uns 12 trilhões). Seria preciso que os economistas fizessem a medição correta da deflação.

                            Gabriel tem 19 anos, não presenciou quando as multinacionais (que estão em mais de uma nação, que estão em muitas nações) se transformaram em transnacionais (que estão além das nações) na década dos 1970; nome que, aliás, vem sendo evitado.

                            As nações também são cerca de 200, mas têm três poderes, às vezes quatro, como no Brasil desde 1988 quando a constituição federal instituiu o Ministério Público, que é independente dos demais (sequer obedecem as convocações dos juízes). As nações não têm mobilidade, para tudo precisam do “empenho financeiro” (se bem que para os de cima é extremamente ágil) e tudo precisa ser votado pelas duas casas dos respectivos congressos, Câmara dos Deputados e Senado Federal no Brasil, sem falar que há os estados e os municípios.

                            Como Gabriel viu os presidentes das empresas têm muito maior agilidade e capacidade gerencial. É fácil reunir 200, ainda mais agora com os congressos virtuais permitidos pela Internet chamadas “teleconferências”. Podem se reunir até todo dia para conferenciarem se desejarem. De fato, já estão unidos há muito tempo e há várias instituições que os representam, como a Comissão Trilateral, que é da década dos 1970, e várias outras prováveis de quem nem ouvimos falar. Na realidade, se desejassem e se já não fosse assim o governo mundial poderia facilmente estar nas mãos deles. JÁ É ASSIM, claro, através da barreira dos governos legalmente eleitos, que são amplamente manipulados por eles, pelos presidentes e diretorias das companhias gigantes. Se tomarmos que 2/3 dos atuais 40 trilhões são 27 trilhões, literalmente eles co-mandam o mundo.

Um número assim é facilmente administrável: 200 constituem 1/3 do número de deputados na Câmara de Deputados do Congresso Nacional brasileiro. E lá embaixo a plebe rude.

Vitória, 25 de fevereiro de 2007.

 


ALÉM DAS NAÇÕES

A. Wahl.Privatização, transnacionais e democracia
Por Asbjørn Wahl [*]
INTRODUÇÃO
A privatização e a licitação competitiva de serviços públicos tem ganho terreno em todos os países nos últimos 20 anos. Pressionada por fortes interesses económicos e pela ofensiva neoliberal, verificou-se uma transferência maciça de activos do sector público para o privado.
A empresa transnacional
As empresas transnacionais são grandes firmas que manejam capital próprio e de outros (têm fácil e grande acesso ao crédito) na aquisição de matéria-prima, maquinaria, de tecnologia e levam a sua produção às diversas partes do globo, em face de racionalização, na organização de seus serviços e de sua administração, e da influência junto aos órgãos governamentais.
Globalização é o conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial que vem acontecendo nas últimas décadas. O ponto central da mudança é a integração dos mercados numa "aldeia-global", explorada pelas grandes corporações internacionais.
PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS
Blocos
Integrantes
PIB total (milhões de US$)
População total (milhões de hab.)
PIB per capita (em US$)
Data de criação
 
Asean
7 países
541.075
429,00
1.261,25
1967
 
Apec
17 países e 1 território
14.119.450
2.217,00
6.368,72
1989
 
Caricom
12 países e 3 territórios
16.135*
5,82
2.772,34
1973
 
Mercosul
4 países
859..874
207,70
4.139,98
1991
 
Nafta
3 países
7.568,082
391,10
19.356,76
1988
 
Pacto Andino
5 países
197.662
101,50
1.947,41
1969
 
União Européia
15 países
7.324.381
372,40
19.668,05
1957
 
SADC
11 países
145.950
137,20
1.063,78
1979
 
CEI
12 países
550.989
285,00
1.933,29
1991
 
* Excluídas as ilhas Virgens Britânicas e as ilhas Turks e Caicos.
Fontes: Banco Mundial, Fundo das Nações Unidas para a População
O preço da Globalização<
Charge sobre a globalização e suas conseqüências
Transnacionais, globalização e trabalho escravo na Segunda Guerra Mundial
Stalin, Roosevelt e Churchill: encontro no Irã, em 1943Muito se fala em globalização, mas nem todos entenderam que o termo surgiu para dar nome ao processo de expansão das grandes empresas existentes no mundo, principalmente nos países mais ricos do hemisfério norte.
Somente as 500 maiores empresas do mundo faturaram 5 trilhões de dólares em 1992. É muita riqueza controlada por pouca gente.
WALTER LÚCIO DE ALENCAR PRAXEDES


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