200 Deuses Incógnitos
que na Terra Passeiam
Gabriel está lendo O Livro Negro do Capitalismo, Rio de
Janeiro, Record, 1999 (edição original francesa de 1995), de Gilles Perrault
& alli. Na página 468 está escrito: “Em
1998, as 200 maiores empresas internacionais controlavam 80 % da produção
mundial agrícola e industrial, bem como 70 % dos serviços e das trocas
comerciais do planeta, portanto mais de dois terços dos 25 trilhões de dólares
que representam o produto mundial bruto (há 100 anos, não chegava a um trilhão
de dólares) ”. Naturalmente se esse único trilhão fosse atualizado daria
muito mais. Se a inflação média do dólar fosse de 4 %, no período teria sido de
50 vezes, enquanto agora a produção mundial é de uns US$ 40 trilhões, dos quais
25 % em poder dos EUA (na verdade, uns 12 trilhões). Seria preciso que os
economistas fizessem a medição correta da deflação.
Gabriel tem 19 anos,
não presenciou quando as multinacionais (que estão em mais de uma nação, que
estão em muitas nações) se transformaram em transnacionais (que estão além das
nações) na década dos 1970; nome que, aliás, vem sendo evitado.
As nações também são
cerca de 200, mas têm três poderes, às vezes quatro, como no Brasil desde 1988
quando a constituição federal instituiu o Ministério Público, que é
independente dos demais (sequer obedecem as convocações dos juízes). As nações
não têm mobilidade, para tudo precisam do “empenho financeiro” (se bem que para
os de cima é extremamente ágil) e tudo precisa ser votado pelas duas casas dos
respectivos congressos, Câmara dos Deputados e Senado Federal no Brasil, sem
falar que há os estados e os municípios.
Como Gabriel viu os
presidentes das empresas têm muito maior agilidade e capacidade gerencial. É
fácil reunir 200, ainda mais agora com os congressos virtuais permitidos pela
Internet chamadas “teleconferências”. Podem se reunir até todo dia para
conferenciarem se desejarem. De fato, já estão unidos há muito tempo e há
várias instituições que os representam, como a Comissão Trilateral, que é da
década dos 1970, e várias outras prováveis de quem nem ouvimos falar. Na
realidade, se desejassem e se já não fosse assim o governo mundial poderia
facilmente estar nas mãos deles. JÁ É ASSIM, claro, através da barreira dos
governos legalmente eleitos, que são amplamente manipulados por eles, pelos
presidentes e diretorias das companhias gigantes. Se tomarmos que 2/3 dos
atuais 40 trilhões são 27 trilhões, literalmente eles co-mandam o mundo.
Um número assim é facilmente
administrável: 200 constituem 1/3 do número de deputados na Câmara de Deputados
do Congresso Nacional brasileiro. E lá embaixo a plebe rude.
Vitória, 25 de fevereiro de 2007.
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ALÉM DAS NAÇÕES
Privatização,
transnacionais e democracia
Por Asbjørn Wahl [*]
INTRODUÇÃO
A privatização e a licitação competitiva de serviços públicos tem ganho terreno em todos os países nos últimos 20 anos. Pressionada por fortes interesses económicos e pela ofensiva neoliberal, verificou-se uma transferência maciça de activos do sector público para o privado. |
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A empresa transnacional
As empresas transnacionais são
grandes firmas que manejam capital próprio e de outros (têm fácil e grande
acesso ao crédito) na aquisição de matéria-prima, maquinaria, de tecnologia e
levam a sua produção às diversas partes do globo, em face de racionalização,
na organização de seus serviços e de sua administração, e da influência junto
aos órgãos governamentais.
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Globalização é o
conjunto de transformações na ordem política e econômica mundial que vem
acontecendo nas últimas décadas. O ponto central da mudança é a integração
dos mercados numa "aldeia-global", explorada pelas grandes
corporações internacionais.
* Excluídas as ilhas Virgens
Britânicas e as ilhas Turks e Caicos.
Fontes: Banco Mundial, Fundo das Nações Unidas para a População
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Charge sobre a globalização e suas conseqüências |
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