domingo, 2 de outubro de 2016


Tera-Tetras

 

Os teratretas, zilhões de tretas dos terapeutas.

Com todos aqueles compromissos humanos enquanto homens ou mulheres (casamento, pagamentos, ambição de ter sítio ou fazenda ou apartamento ou carro, todo aquele querer viajar e ver, milhares de desejos) e mais o atender todas as pessoas diariamente por 35 anos, expondo-se a inúmeras doenças... isso deve cansar.

Desculpo, claro.

Estava com dor na barriga há vários meses, fui a um cardiologista e clínico geral em Jacaraípe, na clínica dele e do sócio ele pediu um exame, outro médico fez, ofereceu as imagens na hora com a descrição das evidências.

O médico pegou e disse:

- Você está com gastrite, o fígado ligeiramente gordo, não precisamos cuidar dele. Vamos tratar do que é urgente, tome esse remédio.

Fui à segunda opinião, o médico que por mais de 10 anos desde antes da operação no coração é um dos cardiologistas que me orientam, também ele clínico geral.

- Pelo contrário, o que é preocupante é o fígado, isso é que é urgente, tome esse remédio.

Tomei.

Por dois ou três meses tomei, melhorou um pouco.

Mais adiante voltou tudo, agora já era um ano de dor.

Contando no serviço indicaram um nefrologista.

Levei os exames, minha filha foi junto, ele conversou demoradamente conosco, falou que eu não tinha gastrite, estava escrito no exame em letras grandes ESOFAGITE e “esteatose hepática moderada”, nada disso eu havia lido. Esse exame tinha sido feito na clínica do primeiro.

Esse terceiro pediu exames nos quais se constatou que havia proteinúria, derrame excessivo de proteínas no sangue, por os rins não filtrarem direito, na proporção de 20/1 entre o existente e o permitido.

Recomendou exame dos rins, dois meses para conseguir.

Fui ao quarto, que disse que essas “dores atravessadas” provém, em geral, do pâncreas, e que ao fazer o exame sem contraste dos rins eu pedisse ao laboratorista para “chegar um pouco para o lado” para pegar o pâncreas. Por sorte, ao conseguir o exame ele foi geral, pegou o pâncreas. Acontece (estou lendo agora) que no primeiro exame, do primeiro médico, está escrito “Pâncreas de dimensões e contornos normais...”

Prontos as chapas dos rins e do pâncreas voltei ao terceiro, que olhou displicentemente e disse que precisamos cuidar da glicose (estava em 288; fui a outro, fora do circuito, ele passou um combinado que baixou em 50 dias a 145, 125, 115 medido com máquina caseira).

Ai, ai. Você e eu e todos. Quase todos.

Serra, segunda-feira, 24 de setembro de 2012.

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