domingo, 2 de outubro de 2016


Reparos no Museu do Inexistente

 

Se uma coisa não existe, como consertá-la?

Você se lembra do Museu do Inexistente dos primeiros livros desta série. Existindo desde o alvorecer da civilização e guardando todos os objetos que não podem chegar aos sentidos senão de fração completamente irrelevante. São pouquíssimas as pessoas - a cada geração - que podem chegar a conhecer, quanto menos a ir lá! Só os funcionários, o diretor e outros operários que não só dariam suas vidas para proteger o segredo como, principalmente, as vidas dos outros, têm acesso. E alguns presidentes e reis, muito selecionados, caso se mostrem meritórios.

Então, quando se trate de reparar os danos causados pelas intempéries aos edifícios, como proceder?

O MUSEU DO INEXISTENTE COMO RETRATADO EM INDIANA JONES

A arca.
Arcaminho.
O depósito: se você soubesse tudo que há por lá!

Evidentemente convidar pedreiros de fora nem pensar! Os próprios funcionários devem fazer todas as obras de alvenaria, de hidráulica, de eletricidade, de terraplenagem, de tudo mesmo, porisso cada qual é pelo menos duplamente formado: a formação principal, é lógico, a paixão de cada um, é em história e geografia, depois vem qualquer coisa, como engenharia, arquitetura, medicina, direito, economia, contabilidade, prendas do lar (muitíssimo importante), limpeza, administração, jardinagem e por aí afora, de modo que cada um deve ter VÁRIOS cursos, pois nada pode vazar.

Entretanto, eles não podem tudo. Podem dirigir caminhões pesados, mas não podem fabricá-los. Podem transportar até os navios, mas não podem ser armadores e ter equipagem própria.

De modo que de vez em quando ameaça vazar.

Como já disse, há aquelas manobras diversionistas, inclusive fazer filmes e séries engraçadas e maravilhosas como MIB Homens de Preto, o próprio Indiana Jones, Arquivo X e tudo isso que já vimos por aí e sempre nos diverte muito. É fantástico, maravilhoso, a gente ri muito. Fazemos os roteiros e depois rimos à bessa, que se há de fazer, a coisa toda tem múltiplos sentidos, não podemos nos conter. É uma vida pesada, viu, mas tem seus momentos.

E as peripécias para comprar os materiais? Vixe Maria! Santa Bárbara, a padroeira das tempestades nos valha! É arrasador. Quando chega a época começamos a suar por antecipação vários meses antes. Pois não é só a trabalheira manual, são os livros a fazer, as cortinas de fumaça, os filmes, conversar com os estúdios em Hollywood e até em Bollywood. E temos de escrever esses artigos, como se fosse ficção. É tudo TÃO TRANÇADO a ponto de dar nó, tem hora que nem a gente sabe mais.

Depois que passa a gente realmente rola no chão de tanto rir, mas isso é depois. Enquanto está acontecendo ficamos com os cabelos em pé.

Serra, quarta-feira, 05 de setembro de 2012.

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