Reparos
no Museu do Inexistente
Se uma coisa não existe, como
consertá-la?
Você se lembra do Museu do Inexistente
dos primeiros livros desta série. Existindo desde o alvorecer da civilização e
guardando todos os objetos que não podem chegar aos sentidos senão de fração
completamente irrelevante. São pouquíssimas as pessoas - a cada geração - que
podem chegar a conhecer, quanto menos a ir lá! Só os funcionários, o diretor e
outros operários que não só dariam suas vidas para proteger o segredo como,
principalmente, as vidas dos outros, têm acesso. E alguns presidentes e reis,
muito selecionados, caso se mostrem meritórios.
Então, quando se trate de reparar os
danos causados pelas intempéries aos edifícios, como proceder?
O
MUSEU DO INEXISTENTE COMO RETRATADO EM INDIANA JONES
A arca.
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Arcaminho.
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O depósito: se você
soubesse tudo que há por lá!
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Evidentemente convidar pedreiros de
fora nem pensar! Os próprios funcionários devem fazer todas as obras de
alvenaria, de hidráulica, de eletricidade, de terraplenagem, de tudo mesmo,
porisso cada qual é pelo menos duplamente formado: a formação principal, é
lógico, a paixão de cada um, é em história e geografia, depois vem qualquer
coisa, como engenharia, arquitetura, medicina, direito, economia,
contabilidade, prendas do lar (muitíssimo importante), limpeza, administração,
jardinagem e por aí afora, de modo que cada um deve ter VÁRIOS cursos, pois
nada pode vazar.
Entretanto, eles não podem tudo. Podem
dirigir caminhões pesados, mas não podem fabricá-los. Podem transportar até os
navios, mas não podem ser armadores e ter equipagem própria.
De modo que de vez em quando ameaça
vazar.
Como já disse, há aquelas manobras
diversionistas, inclusive fazer filmes e séries engraçadas e maravilhosas como MIB
Homens de Preto, o próprio Indiana Jones, Arquivo X e tudo isso que
já vimos por aí e sempre nos diverte muito. É fantástico, maravilhoso, a gente
ri muito. Fazemos os roteiros e depois rimos à bessa, que se há de fazer, a
coisa toda tem múltiplos sentidos, não podemos nos conter. É uma vida pesada,
viu, mas tem seus momentos.
E as peripécias para comprar os
materiais? Vixe Maria! Santa Bárbara, a padroeira das tempestades nos valha! É
arrasador. Quando chega a época começamos a suar por antecipação vários meses
antes. Pois não é só a trabalheira manual, são os livros a fazer, as cortinas
de fumaça, os filmes, conversar com os estúdios em Hollywood e até em
Bollywood. E temos de escrever esses artigos, como se fosse ficção. É tudo TÃO
TRANÇADO a ponto de dar nó, tem hora que nem a gente sabe mais.
Depois que passa a gente realmente
rola no chão de tanto rir, mas isso é depois. Enquanto está acontecendo ficamos
com os cabelos em pé.
Serra, quarta-feira, 05 de setembro de
2012.
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