sábado, 1 de outubro de 2016


Na Realidade

 

As pessoas dizem “na realidade” como se pudessem vê-la.

Na realidade, isso é só impressão.

O QUE OS OLHOS E OS SENTIDOS NÃO VÊEM E NÃO CAPTAM O CORAÇÃO NÃO MENTE (de fato, a pessoa pensa que está vendo, mas não está vendo senão porçãozinha)

1.       Não vemos nada além de 25 quadros por segundo ou 25 fps (frames per second);

2.       Como a velocidade da luz fica próxima de 300.000.000 m/s, desde um metro de distância 300 milhões de mensagens estão chegando pontualmente a nós (vemos o espaço, mas é espaço temporalizado, não vemos o espaço todo NO INSTANTE, ao contrário do que pensamos: não estamos vendo toda a sala no mesmo momento, TEMOS COMPREENSÃO da sala porque tudo incide no cérebro, que ao processar ENTENDE como sendo a mesma);

3.      Não vemos o tempo, porque o tempo não existe, é batimento, é pulso, não é espaço para ser visto (o tempo, tal como o compreendemos, é decorrência, é acontecimento ENTRE DOIS ESPAÇOS); o tempo, tal como o pensamos, é lógica derivada do espaço, a notação das modificações – o tempo é inferido;

4.      De todas as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e de todos os AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nações e mundos) só vemos uma fraçãozinha; mesmo de nós não vemos - com o consciente que está em vigília - o tempo do inconsciente, do sono, e tudo que fica necessariamente oculto DA MEMÓRIA VIGILANTE ainda que durante a vigília;

5.      Não vemos quase nada do espaço da Terra até os antípodas; não vemos das 1022 estrelas senão o Sol e durante o dia enquanto brilho, um círculo branco-amarelo;

6.      Não vemos do sistema solar quase nada;

7.      Não vemos dentro do planeta;

8.      Não vemos além das paredes;

9.      Enfim, achamos que vemos grande coisa, mas não vemos, é mais o sentido de imersão, o de estarmos rodeados, e o de aceitação, porque aceitamos vastamente desde crianças: desde o útero nossos sentidos já nascem inundados pela não-negação (nenhuma criança aprende ou é ensinada a não-ver e não-aceitar).

Nós falamos “na realidade” como se estivéssemos inseridos nela, mas pode ser mesmo tudo engano, tudo sonho, tudo Matrix. Temos um bombardeio tão superior à negação que não podemos contrariar: aceitamos como evidente, como tautológico, como eminentemente real.

Serra, quinta-feira, 06 de setembro de 2012.

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