Meu Anjo
Nisso de anjo de guarda comecei a pensar
desde cedo.
Há algumas dificuldades notáveis:
1. Onde ficam estocados
os anjos antes de cada um nascer?
2. Assim como as almas,
quais são os vínculos biunívocos, um-a-um, e como se dão, qual seu mecanismo?
3. Meu anjo de guarda
nunca foi de ninguém antes ou é um “anjo usado”, de segunda mão?
4. Os anjos recebem uma
espécie de planilha dizendo o que evitar? Do quê estão nos guardando? Existe um
“plano de vida” ditado por Deus que suprima o livre-arbítrio ou é assim mais ou
menos frouxo?
5. Ele (o meu) fica o
tempo todo comigo ou não?
6. Se sim, ele se
alimenta, tem funções como nós? Espero que não urine no meu pé;
7. Ele envelhece como eu
(se é sempre jovem, há uma disparidade, embora devamos pensar em grande
sabedoria deles todos e cada um) ?;
8. Será que há “troca de
guarda”, substituição do atual por outro?
Centenas e centenas de perguntas, assim como
para as almas. Uma alma novinha é montada quando surge um novo corpo? E as
almas já usadas, quando morre o sujeito? Uma alma só passa por vários corpos? E
assim por diante.
ANJO
DA GUARDA
(já “anjo de guarda” é o colete à prova de balas)
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Essa “anja” tá lendo meu livro sem pedir licença.
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Anjo dorme? Vai ver que sim, justamente
naqueles momentos em que acabo me metendo em encrenca. OU, ele não dorme e ao
ver-me fazendo besteiras autorizadas pelo livre-arbítrio arranca os cabelos?
Será que nos milênios todos que existimos os anjos levaram culpa por não terem
conseguido nos afastar das sandices?
Depois de tantas perguntas pode ser que meu
anjo tenha ficado aborrecido e pedido uma tarefa mais fácil. Sem falar que os
anjos de Hitler e outros como eles devem ter recebido severos puxões de orelha.
Serra, segunda-feira, 10 de setembro de 2012.
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