Terras Pintadas

 

Geologicamente (mas não esqueça as outras dimensões: paleontológica, antropológica, arqueológica e geo-histórica, que atualizam a Psicologia humana) a Vida pinta a superfície da Terra com várias tintas curiosas, dentre as quais a nossa, essa de agora desde Jericó há 11 mil anos, que em tempo de existência de 4,5 bilhões de anos do planeta constituem 11.000/4.500.000.000 = 0, 000.002. 5 ou 2,5 milionésimos. Em tempo de vida (70 anos) de um indivíduo seria (70 anos x 365,25 dias/ano x 24 horas/dia x 3.600 segundos/dia igual aproximadamente a 2.209 milhões de segundos) o equivalente a 884 segundos, que dividindo por 3.600 segundos de uma hora daria 0,25 dela, ou seja, ¼ ou 15 minutos, tendo os caras-pintadas da época do impedimento de Collor em 1991 ficado com as pinturas talvez um dia-diurno, dez vezes isso. Então, para o tempo de existência geológico da Terra os 11 mil anos de civilização desde Jericó não passam de 15 minutos.

Em resumo, a Vida dá umas pinceladas aqui e acolá e a Terra fica colorida desse ou daquele modo, como está posto nas fotografias abaixo. Isso não deve nos deprimir, porque estamos vendo pelo lado de dentro da pintura no quadro geral e nele os cenários e as pessoas são importantes composições ou criações. De modo algum é como no racionalismo amebiano.

Mas, em termos geológicos, é isso: há a tela da Terra, em sua face umas pinturas, dentro dessas tintas se desenvolvendo todos os sub-dramas do planeta, todas as sub-rotinas da rotina principal.

Vitória, agosto de 2005.

 

O CALENDÁRIO CÓSMICO EM PALAVRAS E EM QUADRO EM INGLÊS (idéia de Carl Sagan)

CALENDÁRIO CÓSMICO "O mundo é muito velho e os seres humanos são muito recentes. Os acontecimentos importantes em nossas vidas são medidas em anos ou em unidades ainda menores; nossa vida em décadas; nossa genealogia familiar, em séculos e toda a história registrada, em milênios.

AS TINTAS NA CARA DA TERRA (Terras-pintadas, como os caras-pintadas da época de Collor) – como para os rostos humanos as pinturas da Terra desaparecerão a cada queda de meteorito, cuja hora parece durar 26 milhões de anos: uns verdes aqui, uns amarelos acolá, uns azuis compõem o quadro de agora e já estamos na metade de nossa hora, já se passaram 13 milhões de anos.

OS CARAS-PINTADAS DA ÉPOCA DE COLLOR