Sangria

 

As épocas mais sábias de depois sempre julgam as anteriores estúpidas, mas embora presumivelmente tenhamos agora menos conhecimento que as posteriores, não é verdade que sejamos estúpidos, nem o foram nossos antepassados, porque com menos recursos foram capazes de sobreviver a épocas catastróficas que talvez nos tivessem extinto, com toda esperteza nossa de hoje.

Os médicos do final do século XX descobriram que as sanguessugas não eram usadas pelos bobos, pelo contrário; pesquisando encontraram no sangue delas anticoagulantes que são injetados para manter as veias abertas e usaram isso para ajudar a sarar as feridas. Fizeram isso depois de séculos de gozações, desde o final da Idade Média.

A SANGRIA MEDIEVAL

A Rede Cognata diz que sangria = SONDA = INFARTO = IMPEDIR = SOLTAR = SOBRA = SALTO e muitas outras traduções. Pode ser que sem conhecer as causas aquela gente diminuísse a quantidade de sangue para evitar infarto. Uma maneira de usar o laboratório da Natureza é procurar correlações estatísticas entre as mulheres com menstruação: será que elas NÃO SOFREM infartos logo depois do período (além de outros fatores que as protegem)? Já que todos os meses perdem uma quantidade de sangue entre a primeira menstruação e a menopausa, fim dos sangramentos, estão protegidas nessa fase? E lodo depois do fim da menopausa o índice de mortes femininas por infarto aumenta?

E homens que sofreram acidentes com grande perda de sangue ficaram livres de infarto logo depois? Sem falar nos doadores de sangue.

Enfim, pode ser que os antigos não fossem propriamente otários.

Vitória, agosto de 2005.

 

SANGRANDO A HUMANIDADE

Cienc. Cult. vol.55 no.3 São Paulo July/Sept. 2003 Evidências indicam que Leonardo da Vinci (1452-1519), o multifacetado gênio renascentista, começou a fazer investigações anatômicas simplesmente para aperfeiçoar sua representação pictórica do corpo humano. Flávia Natércia  A ANATOMIA, SEGUNDO VESALIUS

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HISTÓRIA DA ANATOMIA HUMANA        O conhecimento anatômico do corpo humano data de quinhentos anos antes de Cristo no sul da Itália com Alcméon de Crotona, que realizou dissecações em animais. Pouco tempo depois, um texto clínico da escola hipocrática descobriu a anatomia do ombro conforme havia sido estudada com a dissecação.