domingo, 5 de novembro de 2017


Mara-Vila

 

BURARAMA (tem um buraco na pedra que é chamado de Ema em razão da semelhança com a ave, então há a Pedra da Ema; se fosse denominada Pedra da Cotia seria uma bobeira – meus parentes são espertos).


BURARAMA ESTÁ NO MAPA


UM CURRAL (há um na entrada de Burarama, distrito de Cachoeiro de Itapemirim, e nem é bonitinho assim; é velho, cheira gostosamente a bosta de gado, é um emblema que queriam demolir para dar foros urbano à vila)


No futuro será preciso constituir grupos de tecnartistas, especialmente urbanistas e arquiengenheiros, além de paisagistas-jardineiros, para construir vilas inteiras a partir do nada, como se tivessem saído de passados distantes, planejadas e replanejadas até o mínimo detalhe, até se assemelharem a vilas antigas e antiqüíssimas. Todo um ramo do turismo girará em torno disso. O século XXI elevará exponencialmente a saudade da roça; o XXII transferirá os ricos para o campo; o XXIII empurrará todos os pobres para as cidades trapeiras; o XXIV fará os pobres suspirarem pelo campo que ocupam hoje.


                            EM PORTUGAL HÁ AINDA MUITAS VILAS (eles preservam e têm)


E NO RESTO DA EUROPA TAMBÉM (no Brasil o desenvolvimentismo, excesso ou doença do desenvolvimento deverá ser obstado em algum momento) – metade dos povoamentos deverão ser mantidos como vilas, muitas delas pequenas.


Os governos deverão aplicar muito dinheiro nessa reconstrução e manutenção, desenvolvimento e restauração. Há no Brasil um Ministério do Interior que não cuida nada do interior, exceto no sentido de transformá-lo em exterior, enviando tudo para fora, ou no de mudá-lo em cidade.

PEQUENOS POVOADOS SALVOS DA GANÂNCIA


Visando proteger as vilas é preciso evitar lotear, ao tempo em que se procurará colocar todos os benefícios educacionais e de lazer (TV, antenas) que há nas cidades, de modo que os moradores de lá não saiam, tomando ainda muitas outras atitudes a serem discutidas e sobre as quais não quero me alongar porque há outros textos a desenvolver. Enfim, é preciso realizar congressos. Inumeráveis congressos para parar a urbanização. Já chega de tantas cidades. É preciso fazer votações para discutir quais desejam permanecer campo e quais querem a urbanização.

Vitória, agosto de 2005.

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