Mara-Vila
BURARAMA (tem um buraco na pedra que é chamado
de Ema em razão da semelhança com a ave, então há a Pedra da Ema; se fosse
denominada Pedra da Cotia seria uma bobeira – meus parentes são espertos).
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BURARAMA
ESTÁ NO MAPA
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UM
CURRAL (há um na
entrada de Burarama, distrito de Cachoeiro de Itapemirim, e nem é bonitinho
assim; é velho, cheira gostosamente a bosta de gado, é um emblema que queriam
demolir para dar foros urbano à vila)
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No futuro será preciso constituir
grupos de tecnartistas, especialmente urbanistas e arquiengenheiros, além de
paisagistas-jardineiros, para construir vilas inteiras a partir do nada, como
se tivessem saído de passados distantes, planejadas e replanejadas até o mínimo
detalhe, até se assemelharem a vilas antigas e antiqüíssimas. Todo um ramo do
turismo girará em torno disso. O século XXI elevará exponencialmente a saudade
da roça; o XXII transferirá os ricos para o campo; o XXIII empurrará todos os
pobres para as cidades trapeiras; o XXIV fará os pobres suspirarem pelo campo
que ocupam hoje.
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EM PORTUGAL HÁ AINDA MUITAS VILAS (eles preservam e têm)
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E
NO RESTO DA EUROPA TAMBÉM
(no Brasil o desenvolvimentismo, excesso ou doença do desenvolvimento deverá
ser obstado em algum momento) – metade dos povoamentos deverão ser mantidos
como vilas, muitas delas pequenas.
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Os governos deverão aplicar muito
dinheiro nessa reconstrução e manutenção, desenvolvimento e restauração. Há no
Brasil um Ministério do Interior que não cuida nada do interior, exceto no
sentido de transformá-lo em exterior, enviando tudo para fora, ou no de mudá-lo
em cidade.
PEQUENOS
POVOADOS SALVOS DA GANÂNCIA
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Visando proteger as
vilas é preciso evitar lotear, ao tempo em que se procurará colocar todos os benefícios
educacionais e de lazer (TV, antenas) que há nas cidades, de modo que os
moradores de lá não saiam, tomando ainda muitas outras atitudes a serem
discutidas e sobre as quais não quero me alongar porque há outros textos a
desenvolver. Enfim, é preciso realizar congressos. Inumeráveis congressos para
parar a urbanização. Já chega de tantas cidades. É preciso fazer votações para
discutir quais desejam permanecer campo e quais querem a urbanização.
Vitória, agosto de 2005.
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