terça-feira, 14 de novembro de 2017


Explosão Revolucionária

 

                            Veja bem que o revolucionário, como todo ser humano, é um psicólogo prático, embora não-teórico, porque não estudou para aprimorar-se SOB ÓTICA DE PENSAMENTO ORGANIZADO E PAUTADO. Um açougueiro é um psicólogo e na realidade seu objeto é o estudo do ser humano – a quem vender, como, o que, quando e assim por diante todas as perguntas dos jornalistas. É interessante olhar assim, porque o superjogo humano se torna jogo de psicologias, de almas ou racionalidades se embatendo, disputando o jogo da sobrevivência da psicologia mais apta, e o que está sendo selecionado é a racionalidade mais apta. Nós já vimos isso muito lá para trás com outras palavras.

                            Se você vir toda a humanidade como uma esfera em que nem todos os raios estão preenchidos e como uma Curva do Sino (ou Distribuição Normal ou Distribuição Probabilístico-Estatística ou Curva de Gauss), verá também a distribuição das potências psicológicas, desde as simplórias ou muito superficiais até as mais intensas, as mais profundas, as mais conceituais ou centrais de todas, aquelas almas que escrevem romances de grande acuidade relacional.

COMO A HUMANIDADE SE CURVA (as curvas são diferentes para cada espécie racional, claro)


Agora, veja só que construção magnífica é o revolucionário, que consegue desvendar DUPLAMENTE tanto as supernecessidades das PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) em relação aos AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nações e mundos) quanto as superfragilidades destes em relação àquelas e encontrar as palavras que disparam comportamentos, as chaves que detonam as explosões das pessoas que estão no limite, em-estado-de-bomba.

A PSICOLOGIA DO REVOLUCIONÁRIO

·       Figura ou psicanálise revolucionária (ele adota um jeito-de-ser que vai ser imitado depois, como Che Guevara);

·       Objetivos ou psico-sínteses do revolucionário (são firmes, indeclináveis, persistentes, convincentes – ele convence a todos de que suas idéias são justas e devem ser seguidas, ou seja, obtém a rendição ideal de todos os opositores; embora do mal, Hitler foi obviamente assim);

·       A ideia de re-produção ou re-economia do revolucionário deve ser persuasiva aos que ouvem;

·       Suas sugestões de reorganização ou re-socialização devem agradar a “todos” e cada um, pelo menos a grande maioria, que se torna então engajada, depois de vencida a oposição;

·       Sua convicção de que a geo-história antiga expressa insuficientemente o ser humano modifica todo o espaçotempo futuro (Cristo foi o maior dos revolucionários, sua revolução vem atravessando não somente os séculos como os milênios).

AMIGO GUEVARA (pois “Che” significa amigo)

[Bem depois soube coisas bem ruins dele]

O que torna o revolucionário diferente? Que profundas modificações em relação à média são necessárias para que ele se convença de sua missão e, principalmente, convença os outros? Onde estão as raízes desse autoconvencimento? Você sabe, elas estão no sim e no não, no a-favor e no contra.

Vitória, agosto de 2005.

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