A Coisa Extremamente
Única que 3.255 Alfredos Têm
O mundo é tão grande
agora que qualquer coisa que tenhamos outros milhares e até milhões terão muito
semelhante. Quantos Alfredos existem no planeta? Só podemos contar Portugal,
Brasil e países lusófonos onde por acaso dêem esse nome; mesmo assim serão
dezenas de milhares.
UM ALFREDO
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Não há mais nada que isole o ser. Ou
há pouquíssimas coisas que destaquem realmente, de modo que agora para ser
único é preciso realizar esforço desmedido. Como eu já disse e repeti várias
vezes, quando alguém toca fogo no mato centenas de milhares estão fazendo isso
no mundo. Não há mais gestos isolados, fora uns poucos, que serão por isso
mesmo muito valorizados. A tendência é nascer toda uma ECONOMIA DO ÚNICO, algo
que prometa e não cumpra ou de fato entregue objetos únicos, sejam eles quais
forem, desde raros objetos arqueológicos até produtos tocados pelos famosos, pelos
ricos, pelos poderosos e assim por diante. As pessoas querem se sentir
especiais, mas um mundo com 6,4 bilhões de indivíduos produz tanta repetição de
gestos, de pensamentos e de formas que realmente não há como ser distinto. É
isso que gerará aflição. As pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas)
querem ser diferentes, ser notadas, ser apreciadas. Como diz o povo “querem se
aparecer”, ou seja, querem se mostrar. Isso, evidentemente, gerará uma economia
toda especial, uma ECONOMIA DA PROJEÇÃO, assim como os evangélicos saíram da
Igreja para serem notados e tratados com deferência.
Cada qual quer dizer que faz diferença
no cenário do mundo.
Não faz, realmente não faz, são
estatísticas, mas quem puder garantir que sim ganhará rios de dinheiro.
Vitória, 25 de fevereiro de 2007.
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