quinta-feira, 2 de novembro de 2017


A Coisa Extremamente Única que 3.255 Alfredos Têm

 

                            O mundo é tão grande agora que qualquer coisa que tenhamos outros milhares e até milhões terão muito semelhante. Quantos Alfredos existem no planeta? Só podemos contar Portugal, Brasil e países lusófonos onde por acaso dêem esse nome; mesmo assim serão dezenas de milhares.

                            UM ALFREDO

Alfredo CD

Não há mais nada que isole o ser. Ou há pouquíssimas coisas que destaquem realmente, de modo que agora para ser único é preciso realizar esforço desmedido. Como eu já disse e repeti várias vezes, quando alguém toca fogo no mato centenas de milhares estão fazendo isso no mundo. Não há mais gestos isolados, fora uns poucos, que serão por isso mesmo muito valorizados. A tendência é nascer toda uma ECONOMIA DO ÚNICO, algo que prometa e não cumpra ou de fato entregue objetos únicos, sejam eles quais forem, desde raros objetos arqueológicos até produtos tocados pelos famosos, pelos ricos, pelos poderosos e assim por diante. As pessoas querem se sentir especiais, mas um mundo com 6,4 bilhões de indivíduos produz tanta repetição de gestos, de pensamentos e de formas que realmente não há como ser distinto. É isso que gerará aflição. As pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) querem ser diferentes, ser notadas, ser apreciadas. Como diz o povo “querem se aparecer”, ou seja, querem se mostrar. Isso, evidentemente, gerará uma economia toda especial, uma ECONOMIA DA PROJEÇÃO, assim como os evangélicos saíram da Igreja para serem notados e tratados com deferência.

Cada qual quer dizer que faz diferença no cenário do mundo.

Não faz, realmente não faz, são estatísticas, mas quem puder garantir que sim ganhará rios de dinheiro.

Vitória, 25 de fevereiro de 2007.

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