Bocão de Cena

 

A Boca de Cena do Teatro Carlos Gomes na Praça Costa Pereira em Vitória é pequena, talvez 3 de altura x 8 de largura x 10 m de profundidade, sei lá quanto; pequena.

E isso, é claro, porque falar não é coisa muito bem vista e sempre ficou recluso, ocorrendo nos ambientes controláveis pela classe dominante; é, por assim dizer um falar “à boca pequena”, segredo, cochicho, sussurro. A burguesia, classe dominante de agoraqui, também não tolera críticas, apenas parece que sim; vai lá ouvir as reclamações porque é risível pretenderem fazer revolução em caixa de fósforos.

O BOCÃO ENCANDALIZANTE (posto ao contrário, boca grande para corpo pequeno, pois é este que deve ouvir antes que seja tarde – ninguém pode esperar fazer revolução socioeconômica em teatro, é ilógico; o que se pode pretender é revolução formal DE TEATRO, de apresentação, para conversão das elites).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Para “fazer cena”, grande cena, só um bocão, uma boca grande que possa gritar bem alto o que não desejam ouvir.

Vitória, quarta-feira, 09 de maio de 2007.

José Augusto Gava.

 

VENDO AS BOCAS

BOCAS D’ALÉM E D’AQUÉM

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