Arquiengenharia das
Repartições
Quando a gente vai a bancos vê o cuidado
deles com a aparência, o que é mostrado em termos de decoração, chegando a ser
luxuoso, pois esperam atrair a clientela para tirar (legalmente, já que a lei
foi feita para beneficiá-los) dinheiro dela.
No caso das repartições é o contrário: em
geral os móveis são velhos e fora aquelas onde estão os governadores, os
deputados, os presidentes e que tais tudo é muito perrengue ou capenga mesmo,
ruim demais, no máximo passável, sem planejamento tecnartístico e muito menos
da arquiengenharia: tudo é feito a machadadas, com estes e aqueles arranjos
apressados, pois servem em geral ao povo, aos “de baixo”.
Embora não deva ser luxuoso - de modo nenhum
- os governempresas deveriam cuidar de dar apoio e tranqüilidade ao povo,
oferecendo instalações dignas e cuidadosas, belas na simplicidade, inclusive
com vastos cenários em painéis, como já sugeri. Deveriam surgir escritórios de
A/E voltados exclusivamente para a melhoria das repartições e dos serviços que
oferecem. Grupos-tarefa deveriam ser instruídos a pesquisar & desenvolver a
psicologia própria do atendimento público.
Se não e se não surgem é porque não há amor.
Essa afeição fundamental foi tão bombardeada
por séculos de descaso e abusos que falar em apego como dispositivo básico a
acionar parece risível: não é, pelo contrário, é o embasamento de tudo de bom.
Amor é aquilo que oferecemos aos muito próximos e se a clientela não está muito
perto é porque não a recebemos bem: isso não é ensinado-aprendido nas escolas.
Não há aulas de bom-humor, de bom-amor. É até esquisito colocar a idéia de
aulas-de-amor, aulas-de-proximidade, aulas-de-riso. O planeta está tão contaminado
por doenças da desatenção e do distanciamento, do ódio e tudo que é negativo
que olhamos com estranheza uma proposta dessas.
AULAS DE RIR (sob a forma de
quadrinhos, de visitas de humoristas e comediantes, de debates sobre a
capacidade do ser humano de enfrentar o infortúnio rindo)
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Vitória, sexta-feira, 27 de julho de 2007.
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