quarta-feira, 29 de agosto de 2018


Arquiengenharia das Repartições

 

Quando a gente vai a bancos vê o cuidado deles com a aparência, o que é mostrado em termos de decoração, chegando a ser luxuoso, pois esperam atrair a clientela para tirar (legalmente, já que a lei foi feita para beneficiá-los) dinheiro dela.

No caso das repartições é o contrário: em geral os móveis são velhos e fora aquelas onde estão os governadores, os deputados, os presidentes e que tais tudo é muito perrengue ou capenga mesmo, ruim demais, no máximo passável, sem planejamento tecnartístico e muito menos da arquiengenharia: tudo é feito a machadadas, com estes e aqueles arranjos apressados, pois servem em geral ao povo, aos “de baixo”.

Embora não deva ser luxuoso - de modo nenhum - os governempresas deveriam cuidar de dar apoio e tranqüilidade ao povo, oferecendo instalações dignas e cuidadosas, belas na simplicidade, inclusive com vastos cenários em painéis, como já sugeri. Deveriam surgir escritórios de A/E voltados exclusivamente para a melhoria das repartições e dos serviços que oferecem. Grupos-tarefa deveriam ser instruídos a pesquisar & desenvolver a psicologia própria do atendimento público.

Se não e se não surgem é porque não há amor.

Essa afeição fundamental foi tão bombardeada por séculos de descaso e abusos que falar em apego como dispositivo básico a acionar parece risível: não é, pelo contrário, é o embasamento de tudo de bom. Amor é aquilo que oferecemos aos muito próximos e se a clientela não está muito perto é porque não a recebemos bem: isso não é ensinado-aprendido nas escolas. Não há aulas de bom-humor, de bom-amor. É até esquisito colocar a idéia de aulas-de-amor, aulas-de-proximidade, aulas-de-riso. O planeta está tão contaminado por doenças da desatenção e do distanciamento, do ódio e tudo que é negativo que olhamos com estranheza uma proposta dessas.

AULAS DE RIR (sob a forma de quadrinhos, de visitas de humoristas e comediantes, de debates sobre a capacidade do ser humano de enfrentar o infortúnio rindo)


Vitória, sexta-feira, 27 de julho de 2007.

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