sábado, 25 de agosto de 2018


A Febre de 4 % Graus da Terra

 

O que é crescer a 4 % ao ano?

Parece pouco, mas se o ser humano crescesse a esse ritmo começando com um meio metro ao nascer atingiria mais de dois metros aos 18 anos; entrementes, se prosseguisse passaria de quatro metros aos 36 e aos 72 estaria com oito metros de altura. Sendo a equação y = xn = 2 (dobrar) = (1,04)n, duplica a cada 17,7 anos, em um século multiplicando a renda atual do planeta de mais de 40 trilhões de dólares por 50 vezes, para 2.000 trilhões ou dois quatrilhões, cifra inimaginável em razão da pressão ecológica ou ambiental sobre todas as formas de vida, inclusive a nossa. Então, nos 100 anos seguintes terá de ser freado, mesmo com a ida (que será sempre residual por enquanto) ao espaço.

Antes fazia sentido, porque a humanidade era pobre demais em tudo, mas agora os benefícios do crescimento desenfreado se tornaram menores que os custos futuros previstos e ocultos ainda. Não se trata de reduzir à maneira do Clube de Roma, cuja política era: “agora que chegamos lá devemos rever a abundância PARA OS OUTROS, os pobres”. Nada disso.

Podemos reduzir imediatamente a 2 %, conseguindo os outros 2 % à guisa de evitar desperdícios e de reaproveitar os objetos para você e para mim, para todos mesmo, ensinando-aprendendo isso nas escolas. Podemos, como na proposta de simplificação, depois de chegar a 12 bilhões de pessoas em 2050 - no arrastamento inercial - reduzir a dois bilhões 120 anos depois, conseguindo aí reduzir os 2 % a ou 0,3 % e assim por diante com várias políticas imaginosas.

Sou terminantemente contra exclusão dos pobres e miseráveis de agora, que devem ter chance de fusão e elevação. Contudo, mesmo 0,0 % ainda seria crescimento, pois a cada ano estaria sendo somado 100 %: veja, se as taxas de crescimento populacional reduzissem a zero ter mais um TV a cada ano, uma casa nova a cada ano, um carro novo a cada ano até encheria as pessoas de tédio, de tanto que seria somado numa vida inteira.

Como já fiz conta, 4 % de crescimento durante 700 anos nos levaria a mais de 800 bilhões de vezes o PIB mundial de agora. Não faz sentido, isso é coisa antiga, algo de caduco. A política de distribuição da afluência é que deve prevalecer no ensinaprendizado d’adiante.

DE ONDE A CORNUCÓPIA ESTÁ TIRANDO TUDO ISSO? (o negativo do positivo não vem sendo apresentado nas contas, como tantos já disseram de outros modos)

http://www.sagebrushmall.com/jpegs/cornucopia.jpg
http://growabrain.typepad.com/growabrain/cornucopia.gif

Quem está apresentando tal abundância é realmente amigo da humanidade? Qual é o custo embutido desses exageros do super-consumo?

Vitória, sábado, 21 de julho de 2007.

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