Wikintegração
A Wikipédia,
na medida em que vai disparando à frente vai também promovendo esse fenômeno
hiperativo novo que é a globaliz/ação, ato permanente de globalizar. O Google, por exemplo, não faz isso,
embora como marca tenha se tornado a mais valorizada do planeta, atingindo mais
de 60 bilhões de dólares, pois o buscador apenas busca e entrega, não promove
interações de conteúdo.
A Wiki
é diferente.
Antes dela o inglês era uma língua dominante
no sentido de que todos os artigos tecnocientíficos principais eram publicados
nela e quem não sabia passava à margem. Agora a tendência é a curto, médio ou
longo prazo um conhecedor qualquer de duas línguas (o inglês e o vernáculo) e
do Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica
e Matemática) exposto vertê-lo ao vernáculo (ou vice-versa), de modo que pelo
menos nas principais das oito mil línguas e dialetos os conhecimentos devem
penetrar mais ou menos lentamente.
Suponhamos um artigo da Primeira Escola de
Gravitação publicado em inglês na Noruega: a tendência antiga pré-Wiki seria
ele só ser acessado por falantes da língua inglesa em todo o mundo
(Grã-Bretanha, Estados Unidos, Canadá, Austrália, África do Sul e outros
antigos privilegiados), mas agora pode ser vertido ao português, ao espanhol,
ao galego, ao copta, ao chinês e a todas as línguas, porque as pessoas se
ofertam (metade vai fazer isso e há 1/40 ou 160 milhões de indivíduos, 80
milhões de adultos que vão fazer isso o tempo todo) e trabalham muito pelos
demais, o resultado palpável futuro devendo ser que acessaremos milhares e
mesmo centenas de milhares de artigos que nunca veríamos em outra condição. Só
isso já vai mudar o panorama e realmente planetarizar o Conhecimento.
Assim, a Wiki
tornou-se sem pretendê-lo o primeiro instrumento de globalização efetiva. Ela
está criando sem que a grande maioria perceba uma comunhão mundial dos
conhecimentos, o que será deveras acelerado nas décadas logo a seguir. Quando
tiver chegado à maioridade de 21 anos de existência perto de 2030 terá
concorrido grandemente para essa identidade humana.
Não é interessante o que se consegue sem
intenção?
Para mim é uma alegria a mais deparar com
isso no tempo em que está acontecendo bem diante de nós: não é história, não é
notícia de segunda mão, está ocorrendo diante de nossos olhos, estamos dentro
do furacão.
Vitória, quarta-feira, 02 de maio de 2007.
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