sábado, 25 de agosto de 2018


Todas as Divisões

 

VEJAMOS COMO ESTAMOS DIVIDIDOS

1.       Cada qual em seu quarto;

2.       O apartamento separado dos outros por paredes em todas as direções do plano;

3.      Também na vertical dos andares;

4.      Cada prédio afastado dos demais por paredes laterais e pelas ruas frontais;

5.      As quadras por ruas que as cercam;

6.      Os bairros, que não estão verdadeiramente apartados, sentem-se distintos;

7.       As cidades estão distantes umas das outras (mas esta não é verdadeira divisão, pois é natural que estejam).

As casas comportam outros gêneros de isolamentos.

Admira sermos todos e cada um adversos ou antagônicos? Como o mundo pode funcionar assim, sem planejamento psicológico competente das uniões? Sem favorecimento agudo das aproximações? Depois reclamamos das guerras, dos crimes, dos furtos, dos desvios de verbas, do caixa dois das empresas, de todo tipo de bandidagem, da rebentação das famílias – quando tudo é embasado nesse desamor de fundo.

A CIDADE TÍPICA (é feita de divisões de classe, de idéias, de tudo mesmo, inclusive as físicas relatadas acima) – quadras com ruas separadoras formando bairros e cidade com milhares de ilhas.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Seria bom fazer pesquisas para ver como as pessoas sentem essas divisões angustiantes. Estamos dilacerados física e psicologicamente com essas separações do ter e do ser e esse desmembramento da humanidade que já dura desde Jericó 11 mil anos, sem falar nas pré-cidades, nas pós-cavernas e nas próprias cavernas, onde começou todo esse divisionismo, excesso de divisão.

Como seremos felizes se o começo das cavernas plantou a união comum e a posteridade inventou o despedaçamento? De um lado e por natureza somos gregários e do outro por conveniência civilizatória dos atormentados fomos afastados das potenciais amizades.

Vitória, sexta-feira, 13 de julho de 2007.

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