quarta-feira, 8 de agosto de 2018


Encaixotando as Ondas ou Que Vibração!

 

Dado que tudo é onda o tijolo é um caixote de ondas, um paralelogramo de ondas; também são ondas o estuque, a tinta, as janelas e seus encaixes, as telhas e seus suportes, os pisos e os granitos, as pias e tudo mesmo que podemos ver, inclusive nós mesmos, inumerável quantidade de ondas de todos os tipos e espécies vibrando sempre.

Embora estando ainda longe das possibilidades já somos de fazer maravilhosos trabalhos de ourivesaria-de-ondas, por exemplo, nas lombadas dos livros que vejo daqui – a humanidade avançou bastante ao longo dos 11 milênios desde Jericó. Idealmente poderíamos (desde que soubéssemos como; acredito que isso só seja possível a i, ELI, Elea, Ele-Ela, Deus-Natureza, i não-finito) ver o universo vibrando unicamente como ondas. Mas, se fizéssemos isso reduziríamos tudo à visão direta das ondas, não distinguindo as formas, que são as visões macroscópicas da utilidade empacotada dessas ondas.

Enfim, ou a forma ou a visão direta.

Você não pode ver ao mesmo tempo a forma (macroscópica, renúncia à miudeza) e a onda (microscópica, anti-forma, conteúdo direto, renúncia à grandeza). Os racionais não têm acesso às duas pontas AO MESMO TEMPO; devem escolher uma coisa ou a outra. Ao olhar para uma onda, como uma senoidal que represente o interior da matéria, não estamos vendo a onda mesma, estamos vendo uma representação depositada sobre o macroscópico, o papel ou a tela ou o que for.

Nós não lidamos sequer com o macroscópico: não lidamos com estrelas, mas com reduções de estrelas. Estrelas são diretamente incompreensíveis, assim como galáxias e o resto todo. Tudo que vemos são reduções delas empacotadas por distâncias inconcebíveis que as comprimem à altura do nosso médio-olhar. Não vemos nada que está para cima ou para baixo, só vemos o que está no patamar dos nossos olhos. Não vemos as estrelas mesmo, vemos reduções-de-estrelas, reduções-de-galáxias – reduções, reduções, reduções. Não vemos a integridade da vaca, traduzimos tudo em nossa capacidade-de-ver-vaca. Só i pode ver o universo vibrando na Dança de Shiva, zilhões de objetos-onda entrando em contato com outros zilhões de objetos-onda.

Mas no meso-universo podemos encaixotar as ondas segundo os preceitos da lógica boa ou ruim, num ou noutro extremo da Curva do Sino da eficiência, ou na média.

E isso é muito bom, porque nos permite chegar a muitas relações com todos esses objetos que aprendemos a confeccionar ou construir.

Vitória, quinta-feira, 17 de maio de 2007.

Nenhum comentário:

Postar um comentário