Alugando a Mentira da
Vizinha
Não resisto a contar que ao morar de dezembro
de 1994 a dezembro de 1998 lá em Chácara Parreiral, Serra, no condomínio que
depois ficou favelado a moça mãe do menino veio me oferecer o aluguel de um
apartamento dela que vagaria por ela estar se casando em segundas núpcias. Eu
disse que não, pois eram muitos livros (na época uns seis mil) e papéis em
geral, custando demais arrumá-los nas estantes, se fosse por pouco tempo.
Ela garantiu que seria por anos a fio.
Pedi contrato, ela negou a necessidade, já
que estaria casando definitivamente. Levei um mês e meio para nas folgas
arrumar sozinho ou com ajuda eventual dos meus filhos visitantes (Gabriel, em
geral) e ao fim de apenas três meses ela veio falar do fim do novo casamento,
do desacerto que tinha sido; pediu o apartamento de volta, lembrei da promessa,
que ela negou prontamente, dizendo nunca ter me prometido por anos.
As mulheres mentem, diz a Rede Cognata, e
parece que as mães também. Em todo caso tive de mandar tudo para Linhares, onde
foi estocado numa sala do posto de gasolina; as estantes ficaram corroídas e
meu irmão as comprou, com esse dinheiro dando para eu adquirir um número menor
de novas estantes; muitos livros devem ter sido roubados e com certeza várias
coleções de revistas.
É preciso ter cuidado com promessas e as
palavras ao vento. De fato, nem adiantava Juruna gravar as promessas dos
políticos, pois nem assim eles reconheciam.
Vitória, domingo, 15 de
julho de 2007.
Nenhum comentário:
Postar um comentário