O Remorso Europeu e a
Realidade do Mundo
Nas páginas 70/71 de seu livro A Cabeça Bem-Feita, Rio de Janeiro,
Bertrand Brasil, 2004 Edgar Morin diz: “A partir daí, pode-se acompanhar o
desenvolvimento de uma cultura científica, técnica, ideológica, na qual emergiu
uma concepção humanística e emancipadora do ser humano, em contradição, aliás, com a
terrível opressão dominadora que a Europa impõe ao resto do mundo”,
negrito e itálico meus.
De fato, o domínio europeu foi
terrível.
Agora, olhando o mundo:
1)
Os
europeus nem de longe fizeram tanto mal quanto qualquer dos outros dominantes
(NEM DE LONGE);
2)
Os
europeus fizeram mais o bem que o conjunto de todos os outros dominantes
(inclusive romanos e gregos).
Seria preciso fazer uma lista
desapaixonada das atrocidades cometidas pelos demais dominantes (egípcios,
persas, chineses, hindus, maias e astecas, incas, romanos, grego-macedônios,
fenícios e os demais) para comparar corretamente.
Por quê os europeus fizeram menos e
mais que os outros?
Fizeram o bem porque Cristo assim
construiu nos mil anos de duração da Idade Média, como já mostrei. Fizeram mais
o mal naquilo em que não se cristianizaram o suficiente ou o fizeram
tardiamente.
DUAS
COLUNAS EUROPÉIAS
(a contabilidade da Europa)
Já castiguei os europeus pelo que eles
fizeram de mal.
Os europeus são exigentes consigo
mesmos e fazem autocrítica. Nenhum povo faz isso, nenhum mesmo, pode percorrer
a geo-história do começo ao final. Os povos se auto justificam. Eles adotam sua
continuidade como sacrossanta, sem jamais fazerem autocrítica. Você não vê
nenhum chinês criticando a China, exceto, muito modestamente, os cristianizados
de Hong Kong.
A realidade do mundo é outra. Não que
os europeus devam justificar sua própria carga de danos causados, só não devem
exceder-se nisso.
Vitória, terça-feira, 16 de maio de
2006.
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