sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018


O Espião Cego

 

Já que espiar depende de olhar, de ver, isso soa no mínimo como esquisito: mas alguns treinadores nesses cursinhos insistem que devemos tentar o inusitado. Tenho avançado algumas visões nesse sentido.

EVITAR DESCONFIANÇAS

Cegos, aleijados, velhos, crianças, dependentes químicos (uns são usuais e outros não).
Mulheres (quando elas pareciam frágeis – Mata Hari foi um exemplo famoso).
Estrangeiros que não sabem realmente falar a língua.
Objetos corriqueiros comprados baratos que vão a qualquer lugar e passivamente retransmitem.
Um milhar de chances e oportunidades.

Espionagem sempre depende de magia, chamar atenção para a mão direita enquanto a esquerda age: ter nisso um sinistro em vez de um destro seria melhor. Depende da fraqueza de quem olha: 1) fraqueza racional; 2) fraqueza emocional; 3) ambas. É melhor acoplar-se aos tolos. É bom colocar um brutamontes sábio porque todos tendem a pensar que é idiota. Alguém com jeito de down ou mongolóide é fundamental. Enfim, os truques possíveis são muitos, sempre o oposto do esperado. Porisso mesmo seria interessante os de fora e os de dentro contarem o que foi feito nos setores de espionagem para iludir a vigilância alheia, sobrevalorizando-a com o julgamento desfavorável do outro.

Os psicólogos podem ajudar bastante.

A LISTA DAS OPOSIÇÕES

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Em resumo, quem são os fracos e desprezíveis em cada sociedade? É preciso ser profissional nisso. Por exemplo, mendigos são desprezados em quase toda parte e porisso mesmo podem ser excelentes espiões, circulando quase sem serem molestados por todo lugar (pelo menos na rua e onde não existem leis contra mendicantes).

Vitória, sábado, 03 de junho de 2006.

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