De
Tempos em Tempos
No verão de 1973 meu pai alugou uma casa em
Conceição da Barra, onde passamos um mês delicioso (ainda não tinham se
acumulado meus fracassos). Possuía uma sala grande, sem teto, a cobertura sendo
de telhas, todos ficavam ali, onde anunciei que o tempo não existia, uns me
olhando com cara de “ó o doido” e outros “toda família tem de carregar sua cruz”.
Depois do constrangimento inicial paralisante, cada qual arranjou algo urgente para
fazer e foi saindo de fininho.
De tempos em tempos lembro disso e rio,
porque de fato nas décadas seguintes provei de diferentes modos que eu estava
certo e eles errados.
Como já vimos, o espaço não tem três
dimensões, tem três marcas indicadoras de posição, pois é um vetor; já que o
tempo é um número, a velocidade é também um vetor, vetor dividido por número.
O tempo é o coração do universo, o HP Horizonte
de Planck ou HS Horizonte de Simultaneidades, nas dimensões de Planck; o pulso
do universo é 10-44 s para diâmetro de 10-35 m, o que dá
a velocidade da luz, da ordem de 3.108 m/s, onde opera o que chamei
de cê-bóla ©, o campartícula fundamental ou particulonda (gosto de inventar
tais nomes).
O tempo é batida uníssona, pulso rapidíssimo.
Não existe nenhuma quarta dimensão, nem muito menos quinta, são apenas três e
olhe lá. Já mostrei que tudo isso de voltar ao passado ou avançar ao futuro não
passa de balela; falei tantas vezes que já estou enjoado da coisa (mas continuo
lendo os livros bobocas de FC porque rio duas vezes).
DEPOIS DISSO, além de ser memória humana que
faz parecer linha - a tal da “flecha do tempo” -, o tempo não mais é que decorrência,
atritos dos objetos, algo bate em algo, qualquer coisa se choca com qualquer
coisa, um pedaço de parede despenca, cai na calçada, detritos batem no vidro, o
vidro se parte e corta outros objetos e assim por diante: ocorrências.
Não há nenhum tempo. Há notícias memoráveis
de eventos. Acontecimentos. Objetos em deterioração ou em construção, não passa
disso. Naquele tempo eu não sabia anunciar assim, se soubesse eles teriam
balançado a cabeça “esse aí é caso perdido”.
De vez em quando lembro de todas essas
décadas e gargalho.
Vitória, sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018.
GAVA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário