segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018


A Necessidade de Supremacia da Zigofredo

 

Zigofredo é um-qualquer.

Zigofredo é inventado.

Esse Zigofredo serve para nos representar a todos e cada um.

Zigofredo isolado seria um em 6,3 bilhões. SE cada um em pé ocupasse 57,7 cm x 57,7 cm (para dar 1/3 de metro quadrado, aproximadamente 0,333 m2; três pessoas num m2), o conjunto da humanidade caberia em 2,1 bilhões de m2; dividindo por um milhão de metros quadrados, que cabem em 1,0 km2: 2.100 km2 para caber todo mundo. Nem com visão muito especial Zigofredo seria notado em área do tamanho de um município.

Mesmo se contasse a família dele seria difícil ver. Nem o grupo apareceria. A empresa dele seria somente uma em 250 milhões, quem veria? Se fosse uma das gigantes como a GM Zigofredo seria um de 500 mil funcionários. É difícil aparecer num mundo como esse. De fato, mesmo os mecanismos necessários-e-suficientes de projeção de astros de tempos em tempos têm como principais defeitos o tempo e o aparecimento do novo que sujeita a memória ao desaparecimento: artistas da crista da onda são em apenas uma geração esquecidos.

Zigofredo quer aparecer, se mostrar. Por pouco Zigofredo não segue o conselho popular e pendura uma melancia na orelha. Zigofredo coloca piercing ou pinta a pele indelevelmente com tatuagem ou corta o cabelo à fox ou usa umas roupas esquisitas ou de qualquer modo se projeta “mamãe tô aqui”. Cria blogs para mostrar sua vida de público, Zigofredo faz misérias. Zigofredo escandaliza, faz de tudo no sentido de “se aparecer”, como diz o povo.

UM ZIGOFREDO NORDESTINO


Acredite, seria muito interessante fazer uma pesquisa universal dos Zigofredos e suas iniciativas de projeção e de supremacia, não apenas estar em evidência, como estar acima de todos e cada um. É o rei-dículo.

Vitória, sexta-feira, 02 de junho de 2006.

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