Um Bilhão de Horas
Talvez tenha sido
outro o idealizador, mas foi em Asimov onde li terem os seres todos direito ao
potencial de um bilhão de batidas do coração, de modo que os acelerados em
relação ao humano vivem menos e os atrasados mais. Os elefantes, cujos corações
batem bem devagar, vivem mais, e as tartarugas mais ainda, pois seus corações
são realmente lentos. Em compensação musaranhos e colibris tem vidas curtinhas.
Um bilhão de pulsações daria ao ser humano primitivo (um bilhão de batidas, 60
minutos de 60 segundos são 277,8 mil horas ou 31,7 anos – tendo sido estimado
25 ou 30 anos para nossos ancestrais). De modo que chamei aos anos que passam
disso de “sobrevida social”, aquilo dado pela vida em coletividade e pela perda
da liberdade antiga.
Aqui a questão é
outra.
Um bilhão de horas
equivale a 114,1 mil anos. Disseram os tecnocientistas ter surgido EMAY (Eva
Mitocondrial + Adão Y) dos neandertais há 200 mil anos, de modos que já
passamos como espécie do bilhão de horas, o que mostra adicionalmente não
sermos mais PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) apenas e sim
AMBIENTES (cidades-municípios, estados, nações e mundo), pois jamais o ser
isolado poderia viver tanto. Contudo, veja, o ser humano (neandertal primeiro e
há 80 ou 70 mil anos cro-magnon) já tem mais de um bilhão de horas de vida, tem
quase dois bilhões: e nesse tempo dominou quase um mundo todo, um planeta
inteiro, embora, é claro, contando com uma herança de apoio; mesmo assim, foi
muito e já podemos contar a presença da humanidade no universo como algo de
relevante.
Vitória, domingo, 14
de maio de 2006.
HÁ DOIS BILHÕES DE HORAS NO MUNDO-TERRA
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