O Ferro Velho das
Esperanças
As nossas esperanças vão caducando;
como disse a Clarice Lispector olhando Copacabana da cobertura de um edifício,
“as ruínas egípcias de amanhã”.
Bicicletas que os garotinhos sonharam
ter um dia vão parar desconcertadas nas montanhas de lataria logo mais
prensadas e retransformadas em aço ou alumínio em blocos ou o que for. Todas as
nossas expectativas vão enferrujar e dolorosamente arruinar-se.
Claro, é assim mesmo.
VELHOS
SONHOS
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Mas enquanto não caem aos pedaços
estão novinhas, como nossas ânsias por elas.
Os seres humanos não estão pelas
coisas, são as coisas que vem em trânsito pelos seres humanos; por sua vez o
ser humano em trânsito, enquanto coisa é coisa de algo mais alto, o
super-homem, que será depois coisa também do degrau mais alto. Assim é. Isso é
absoluto mesmo, existiu límpido e cristalino PARA SEMPRE como verdadeira oferta
a Deus.
BICICLETA
NOVINHA COM UM DESEJO ESTOURANDO DE NOVO
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Nossas velhas esperanças murcham, mas
antes disso deram frutos e deram continuidade, levaram ao futuro.
Não é pelas coisas que o universo é, é
pelas pessoas, é para elas brilharem diante de i, ELI, Elea, Ele/Ela,
Deus/Natureza: esse é o cristal brilhante, o diamante estarrecedor em sua luz –
isso não se apaga nem envelhece.
Vitória, terça-feira, 16 de maio de
2006.
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