sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018


O Ferro Velho das Esperanças

 

As nossas esperanças vão caducando; como disse a Clarice Lispector olhando Copacabana da cobertura de um edifício, “as ruínas egípcias de amanhã”.

Bicicletas que os garotinhos sonharam ter um dia vão parar desconcertadas nas montanhas de lataria logo mais prensadas e retransformadas em aço ou alumínio em blocos ou o que for. Todas as nossas expectativas vão enferrujar e dolorosamente arruinar-se.

Claro, é assim mesmo.

VELHOS SONHOS


Mas enquanto não caem aos pedaços estão novinhas, como nossas ânsias por elas.

Os seres humanos não estão pelas coisas, são as coisas que vem em trânsito pelos seres humanos; por sua vez o ser humano em trânsito, enquanto coisa é coisa de algo mais alto, o super-homem, que será depois coisa também do degrau mais alto. Assim é. Isso é absoluto mesmo, existiu límpido e cristalino PARA SEMPRE como verdadeira oferta a Deus.

BICICLETA NOVINHA COM UM DESEJO ESTOURANDO DE NOVO


Nossas velhas esperanças murcham, mas antes disso deram frutos e deram continuidade, levaram ao futuro.

Não é pelas coisas que o universo é, é pelas pessoas, é para elas brilharem diante de i, ELI, Elea, Ele/Ela, Deus/Natureza: esse é o cristal brilhante, o diamante estarrecedor em sua luz – isso não se apaga nem envelhece.

Vitória, terça-feira, 16 de maio de 2006.

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