sexta-feira, 7 de setembro de 2018


Chegando ao Final

 

Minha mãe lançou uma sombra terrível sobre minha vida dizendo que nunca termino nada. Passei muito tempo raciocinando para concluir que de fato não há como “terminar” nada, exceto artificialmente, convencionalmente, porque “término” é algo relativo a i (ELI, Elea, Ele-Ela, Deus-Natureza) não-finito: o que há para a racionalidade são os fins decretados, por exemplo, de um curso universitário, o que é artificial, pois aprender não principia no primeiro ano de engenharia nem termina no quinto. O “curso de engenharia” começou no primeiro ano do primeiro grau; aliás, começou com a humanidade, que começou com a Vida, que começou com o universo.

Depois, também posso colocar fim súbito, abrupto, ao meu prazer, como fiz no modelo, posteridades e ulterioridades; como fiz com as patentes e idéias; e como farei com agora com os livros. Estando no 221° imaginei que 222 seria número com repetições, três dois; e que artificialmente poderia (50 x 222 = 11.100) chegar aos 11.111 artigos, devendo o 222° livro ficar com 61 deles, em vez de 50; mas como no conjunto inicial sobraram dois, depois de faltarem vários, o próximo, se houver, deverá ter 59 (e assim, fora engano, terminaria com 11.111 textos, não contando os embutidos).

PERGUNTANDO NA INTERNET SOBRE 11.111 (a Rede responde qualquer coisa)

11111.jpg
http://www.accoutrements.com/images/products/11111.jpg

Quer dizer, “final” é quando algo foi subitamente cortado por convenção ou necessidade, em resumo, é invenção da posteridade.

Vitória, quinta-feira, 23 de agosto de 2007.

José Augusto Gava.

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