Chegando ao Final
Minha mãe lançou uma sombra terrível sobre
minha vida dizendo que nunca termino nada. Passei muito tempo raciocinando para
concluir que de fato não há como “terminar” nada, exceto artificialmente,
convencionalmente, porque “término” é algo relativo a i (ELI, Elea, Ele-Ela,
Deus-Natureza) não-finito: o que há para a racionalidade são os fins
decretados, por exemplo, de um curso universitário, o que é artificial, pois
aprender não principia no primeiro ano de engenharia nem termina no quinto. O
“curso de engenharia” começou no primeiro ano do primeiro grau; aliás, começou
com a humanidade, que começou com a Vida, que começou com o universo.
Depois, também posso colocar fim súbito,
abrupto, ao meu prazer, como fiz no modelo, posteridades e ulterioridades; como
fiz com as patentes e idéias; e como farei com agora com os livros. Estando no
221° imaginei que 222 seria número com
repetições, três dois; e que artificialmente poderia (50 x 222 = 11.100) chegar
aos 11.111 artigos, devendo o 222° livro ficar com 61
deles, em vez de 50; mas como no conjunto inicial sobraram dois, depois de
faltarem vários, o próximo, se houver, deverá ter 59 (e assim, fora engano,
terminaria com 11.111 textos, não contando os embutidos).
PERGUNTANDO NA INTERNET SOBRE 11.111 (a Rede responde
qualquer coisa)
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Quer dizer, “final” é quando algo foi
subitamente cortado por convenção ou necessidade, em resumo, é invenção da
posteridade.
Vitória, quinta-feira, 23 de agosto de 2007.
José Augusto Gava.
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