A Boca Escancarada
Cuspindo Fogo
FECHAMENTO
E ABERTURA
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Fechamento formal e conceitual pela
burguesia desde o nascimento oficial dela em 1453 (de apenas abrigar das
intempéries o teatro-mundo fechado tornou-se uma armadilha, um
circo-de-horrores em termos de compreensão), quando aos poucos foi tornado
“íntimo”.
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Boca pintada, bico fechado que fala pouco e
compromete-se em fazer revoluções educadas e contidas dentro das
possibilidades que não incomodem ninguém. Serve ao riso.
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Reabertura pós-burguesa (mas não
anti-burguesa, pois não faz sentido bater em quem está morrendo) com o
escancaramento da boca de cena, tornando-a um BOCÃO público e notório, por
assim dizer “desfazendo” as paredes da contenção.
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Ora, é preciso romper limites, extra-polar,
sair do pólo passivo para o mundo, o exterior, a notícia: o bocão precisa
gritar a plenos pulmões a sua indignação, deve dizer “do lado de fora”. Como
dizem os adultos aos pré-adolescentes em sentido de gozação: “fale para fora! ”,
grite mundo, estrondeie nos ouvidos dos acomodados para que eles, incomodados,
SE mudem, se transformem.
A BOCA DO DRAGÃO CUSPINDO FOGO (o novo teatro se
projeta no exterior-mundo)
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Ele “sai de si”, fica louco em relação à sua
antiga domesticação burguesa, distancia-se da auto-alienação complacente,
emerge de sua letargia para ser-de-novo, sede-nova.
Vitória, sábado, 04 de agosto de 2007.
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