sexta-feira, 29 de julho de 2016


Correrias

 

Lá vamos nós correndo pela vida, motivados interior e exteriormente pelas pessoas e os ambientes.

MAIOR-ATIVAÇÃO (uns mais e outros menos, também aqui vale a curva do sino, desde os pouquíssimos motivados beneficiados com o politicamente incorreto “déficit de atenção” que vão zumbis pela vida, até os agitadíssimos, beneficiadas por pais e mães condescendentes com o “hiperativo”)

http://www.portalaction.com.br/sites/default/files/EstatisticaBasica/figuras/distribuicaoNormal/normal3.PNG
Dormentes.
Ligeiramente acordados.
Médios.
Muito ativos, demais.
Agitadíssimos.
2,5 % e aderentes.
90,0 %
2,5 % e aderentes.
CORRERIAS MOTIVADAS PELOS AMBIENTES.
Correrias do mundo.
Correrias das nações.
Correrias dos estados.
Correrias das cidades-municípios.
CORRERIAS MOTIVADAS PELAS PESSOAS.
Correrias das empresas.
Correrias dos grupos.
Correrias das famílias.
Correrias das pessoas.

Levar os filhos à escola, ganhar o pão que é dos outros até que troquemos por dinheiro, trabalhar para conseguir ganhar tal dinheiro e assim por diante. Eu, em particular, prestei atenção EM TUDO. Erravacertava cada um de nós no papel principal em que cada um foi colocado do palco-sonho desta vida, com os atores-atrizes coadjuvantes fazendo ao redor o melhor deplorável que podiam em relação à nossa preciosa e necessária satisfação – lá íamos em correria de crianças, de jovens, de adultos, de pais e mães, de pré-velhos e velhos resmungões.

BURARAMA É DISTRITO DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM (embora nascido em CI, ia para lá, à casa do avô-avó durante tantos meses do ano, as férias eram de quatro meses; é lugarejo pequeno, o distrito tem hoje cerca de 2,5 mil pessoas, enquanto o município tem pouco mais de 200 mil; fica a 40 km da sede)

O patrimônio, 600 hab.
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Distrito.
A casa que era de vovô e vovó.

Na casa deles eram postas à nossa disposição várias coisas maravilhosas e únicas, o desenho de lá era especial, as crianças tinham parquinho que era o distrito inteiro (nunca íamos tão longe) e toda aquela gente tomando conta de nós.

1)       A “derramada da polenta”, a panela grande em que era lentamente cozida para não formar bolas cruas era virada sobre a mesa que para as crianças era gigantesca, uns quatro metros de comprimento; no fundo dela ficava a casca, que competíamos para comer, durinha e crocante. Depois de esfriar a massa redonda era cortada com barbante em vez de faca: pegávamos pedaços e comíamos ou colocávamos no leite, gordo com um dedo de nata, que também servia para fazer “manteiga da roça” não avermelhada de aditivos, puríssima, só com sal;

2)      O fogão não era a lenha, era a casca de café que sobrava da pila; posta acima, descia por gravidade e permanecia queimando indefinidamente enquanto houvesse estoque, sempre mantendo o café quente, de que as crianças não eram privadas, tomavam à vontade, arábica sem mistura (pó de gosto) que vovô trocava por conilon (pó de cor);

3)      O pão da vovó era receita com o trigo de então, antes da entrada do trigo de haste curta do Norman Borlaug, não havia chegado lá – fazia pães grandes em que, cortadas as fatias ainda quentes, colocávamos manteiga e comíamos com uma xícara grande de café;

4)     E havia escorceta/escudiguim, linguiças de porco, chouriço e tudo aquilo contado nas memórias, vá ler Deixe a Vida me Levar, não falei de mim propriamente e sim do entorno maravilhoso.

Devo dizer que não só aproveitei a alegria como sabia que estava aproveitando, não perdi nada, lambi os beiços, passei na língua, engoli com gosto, não fui como Ataulfo Alves em Meus Tempos de Criança que era feliz e não sabia: eu sabia mesmo.

MEUS TEMPOS DE CRIANÇA (grande autor, dentre tantos grandes brasileiros formadores da nação feliz antes do PT e dos vendilhões da pátria Sarninha, Collorido, FHCB, Lularápio e Dilmaluca)

Meus Tempos de Criança
 
Eu daria tudo que tivesse
Pra voltar aos tempos de criança
Eu não sei pra que que a gente cresce
Se não sai da gente essa lembrança

Aos domingos missa na matriz
Da cidadezinha onde eu nasci
Ai, meu Deus, eu era tão feliz
No meu pequenino Miraí

Que saudade da professorinha
Que me ensinou o beabá
Onde andará Mariazinha
Meu primeiro amor onde andará?

Eu igual a toda meninada
Quanta travessura que eu fazia
Jogo de botões sobre a calçada
Eu era feliz e não sabia

Você pode correr pela vida, mas não deixe de aproveitar.

Não se esqueça nunca, aproveite.

Acho que Deus ri principalmente da alegria descomedida e vibrante das crianças, aquela explosão de cores das almas.

A Terra é o parquinho em que i Deus-Natureza olha as crianças.

Vitória, sexta-feira, 29 de julho de 2016.

GAVA.

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