Correrias
Lá vamos nós correndo pela vida, motivados
interior e exteriormente pelas pessoas e os ambientes.
MAIOR-ATIVAÇÃO (uns mais e outros
menos, também aqui vale a curva do sino, desde os pouquíssimos motivados beneficiados
com o politicamente incorreto “déficit de atenção” que vão zumbis pela vida,
até os agitadíssimos, beneficiadas por pais e mães condescendentes com o “hiperativo”)
Dormentes.
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Ligeiramente acordados.
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Médios.
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Muito ativos, demais.
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Agitadíssimos.
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2,5 % e aderentes.
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90,0 %
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2,5 % e aderentes.
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CORRERIAS MOTIVADAS
PELOS AMBIENTES.
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Correrias do mundo.
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Correrias das nações.
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Correrias dos estados.
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Correrias das cidades-municípios.
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CORRERIAS MOTIVADAS
PELAS PESSOAS.
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Correrias das empresas.
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Correrias dos grupos.
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Correrias das famílias.
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Correrias das pessoas.
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Levar os filhos à escola, ganhar o pão que é
dos outros até que troquemos por dinheiro, trabalhar para conseguir ganhar tal
dinheiro e assim por diante. Eu, em particular, prestei atenção EM TUDO. Erravacertava
cada um de nós no papel principal em que cada um foi colocado do palco-sonho
desta vida, com os atores-atrizes coadjuvantes fazendo ao redor o melhor deplorável
que podiam em relação à nossa preciosa e necessária satisfação – lá íamos em
correria de crianças, de jovens, de adultos, de pais e mães, de pré-velhos e
velhos resmungões.
BURARAMA É DISTRITO
DE CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM (embora nascido em CI, ia para lá, à casa do
avô-avó durante tantos meses do ano, as férias eram de quatro meses; é lugarejo
pequeno, o distrito tem hoje cerca de 2,5 mil pessoas, enquanto o município tem
pouco mais de 200 mil; fica a 40 km da sede)
O patrimônio, 600 hab.
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Distrito.
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A casa que era de vovô e vovó.
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Na casa deles eram postas à nossa disposição
várias coisas maravilhosas e únicas, o desenho de lá era especial, as crianças
tinham parquinho que era o distrito inteiro (nunca íamos tão longe) e toda
aquela gente tomando conta de nós.
1) A “derramada da
polenta”, a panela grande em que era lentamente cozida para não formar bolas cruas
era virada sobre a mesa que para as crianças era gigantesca, uns quatro metros
de comprimento; no fundo dela ficava a casca, que competíamos para comer,
durinha e crocante. Depois de esfriar a massa redonda era cortada com barbante
em vez de faca: pegávamos pedaços e comíamos ou colocávamos no leite, gordo com
um dedo de nata, que também servia para fazer “manteiga da roça” não
avermelhada de aditivos, puríssima, só com sal;
2) O fogão não era a
lenha, era a casca de café que sobrava da pila; posta acima, descia por
gravidade e permanecia queimando indefinidamente enquanto houvesse estoque, sempre
mantendo o café quente, de que as crianças não eram privadas, tomavam à vontade,
arábica sem mistura (pó de gosto) que vovô trocava por conilon (pó de cor);
3) O pão da vovó era
receita com o trigo de então, antes da entrada do trigo de haste curta do
Norman Borlaug, não havia chegado lá – fazia pães grandes em que, cortadas as fatias
ainda quentes, colocávamos manteiga e comíamos com uma xícara grande de café;
4) E havia
escorceta/escudiguim, linguiças de porco, chouriço e tudo aquilo contado nas
memórias, vá ler Deixe a Vida me Levar, não falei de mim propriamente e sim do
entorno maravilhoso.
Devo dizer que não só aproveitei a alegria
como sabia que estava aproveitando, não perdi nada, lambi os beiços, passei na
língua, engoli com gosto, não fui como Ataulfo Alves em Meus Tempos de Criança
que era feliz e não sabia: eu sabia mesmo.
MEUS TEMPOS DE
CRIANÇA
(grande autor, dentre tantos grandes brasileiros formadores da nação feliz
antes do PT e dos vendilhões da pátria Sarninha, Collorido, FHCB, Lularápio e
Dilmaluca)
Meus Tempos de Criança
Eu daria tudo que tivesse
Pra voltar aos tempos de criança Eu não sei pra que que a gente cresce Se não sai da gente essa lembrança Aos domingos missa na matriz Da cidadezinha onde eu nasci Ai, meu Deus, eu era tão feliz No meu pequenino Miraí Que saudade da professorinha Que me ensinou o beabá Onde andará Mariazinha Meu primeiro amor onde andará? Eu igual a toda meninada Quanta travessura que eu fazia Jogo de botões sobre a calçada Eu era feliz e não sabia |
Você pode correr pela vida, mas não deixe de
aproveitar.
Não se esqueça nunca, aproveite.
Acho que Deus ri principalmente da alegria
descomedida e vibrante das crianças, aquela explosão de cores das almas.
A Terra é o parquinho em que i Deus-Natureza
olha as crianças.
Vitória, sexta-feira, 29 de julho de 2016.
GAVA.
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