quinta-feira, 20 de abril de 2017


Distorções

 

                            A frase que Nietzsche disse “o que não me mata me fortalece” eu sei que na versão popular ficou “o que não mata engorda”, que modifica bastante o sentido. A frase de Shakespeare, segundo o vulgo, “há mais entre o Céu e a Terra do que imagina nossa vã filosofia” é outra no original.

                            Há a experiência dos psicólogos que colocam número indeterminado de indivíduos (digamos 20) sentados em cadeiras e sussurram ao ouvido do primeiro, que deve passar à esquerda (ou à direita), chegando na outra ponta completamente distorcido. É uma experiência muito importante - que não tem sido conduzida exaustivamente -, porque tende a nos trazer, quando seja multiplicada em todo gênero de variação, a Curva do Sino ou de Gauss ou das Distribuições Estatísticas dos ruídos que o universo introduz em todos os planos da pontescada científica (ruídos físico-químicos, biológicos-p.2, psicológicos-p.3, informacionais-p.4, cosmológicos-p.5 e dialógicos-p.6). Com quanta ferrugem derivada de oxidação devemos contar? Quanta distorção devemos esperar na transmissão de mensagens? Como você sabe, isso é importantíssimo na transferência de dados, necessitando da redundância dos testes de fidelidade, o que causa sobrecarga do sistema, para reparar erros.

                            Se soubéssemos QUAIS palavras tendem a serem distorcidas, preferencialmente a outras, na transmissão, poderíamos nos preparar melhor, repetindo as palavras (e só aquelas) que tendem a serem confundidas. E, depois, é engraçado mesmo introduzir uma frase e ver sair outra totalmente diferente, mas ainda coerente (e às vezes não). Livros e livros podem ser feitos com isso, aumentando o número de pessoas sentadas, e será sempre engraçado, divertido, curioso.

                            Vitória, quarta-feira, 24 de dezembro de 2003.

Nenhum comentário:

Postar um comentário