Agroconfusão
O caderno especial
de A Gazeta de 17/10/2003,
sexta-feira, foi denominado Agronegócio
(o futuro nasce aqui), nas páginas internas declarando que 88 % de cerca de US$
570 movimentados nas exportações do ES em 2002 vieram dos agronegócios, com
predomínio de café e pasta de celulose, quando sabemos que a Aracruz Celulose
destina sua produção quase toda ao exterior.
No texto Reolhando os Setores Econômicos, Livro
43, determinamos que há cinco setores, a saber: agropecuário/extrativista,
industrial, comercial, de serviços e bancário, este o motor ou coração do
sistema, o que injeta info-controle ou comunicação.
Do jeito que está,
tudo é muito confuso e indeterminado, de modo que precisamos intervir para
definir com precisão o quê seja o quê.
Ora,
uma parte da atividade da Aracruz se faz no campo, porque ela deve obter
celulose, que vem de árvores (no caso, eucaliptos) plantadas, cortadas,
picotadas, transformadas em pasta de celulose, que é então branqueada,
enrolada, posta em caminhões - não sei se trens - e navios e vendida dentro ou
fora do Brasil. O que é eminentemente agrícola e extrativista e o que é
industrial? O que é plantio e extração e o que é transformação? Até chegar à
extração é agropecuário/extrativista; já o processo de transformação é
industrial. Então, os valores da transformação industrial não podem ser
acreditados aos processos A/E.
Só porque uma
indústria está no campo, no espaçotempo rural, não quer dizer que deixou de ser
indústria, PORQUE MIRAMOS A ATIVIDADE e não o local onde ela se dá. Se fosse
feita na Lua seria setor lunático? Quais são as categorias? É indústria tanto
no campo quanto na cidade, porque a classificação quanto ao espaço é outra, não
cabe na mesma categoria.
Então, os valores
acrescentados pela transformação vão à conta de industrialização, não cabendo
nos negócios A/E, ditos agronegócios, que devem ser exclusivamente aqueles
gerados por atividades não-industriais, não-comerciais, não de serviços e
não-bancários.
Se adotarmos esses
critérios veremos que os chamados “agronegócios” são muito menos vultosos do
que se diz. Adotar critérios se diz SER CRITERIOSO; na falta de ser criterioso
nem saberemos do que estamos falando.
Vitória, sexta-feira,
17 de outubro de 2003.
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