Escola de Línguas
Dizem
que existem três mil línguas e mais cinco mil dialetos, totalizando oito mil,
das quais os seres humanos que foram mais longe chegaram a aprender, sei lá, 50
ou 60, o que já um absurdo. Quem consiga três ou quatro, incluindo a própria,
já foi bem longe.
Normalmente
as escolas de línguas ensinam uma, em geral agoraqui o inglês, que é falado
quase em toda parte pelos ricos (vou tomar como 5 %, o índice brasileiro) e os
médios-altos (15 %), mais alguns pobres esforçados. Portanto, no mundo, um
bilhão de duzentos milhões, para quinhentos milhões de falantes naturais.
Seja
o inglês, o alemão, o italiano, o japonês, ensina-se a língua com
desconsideração das demais, ao passo que na planetarização ou mundialização ou
globalização desejamos algo além, algo mais. Já preguei a chamada inserção ou
imersão lingüística, que consistiria em construção de verdadeiras cidades, mas
aqui quero mais: escolas que pensem em todas as línguas simultaneamente. É
impraticável ensinar todas elas, até mais que algumas, mas nem porisso
precisamos deixar de pensar em todas, no que é a Língua geral, e no seu
processo de matematização, como Psicologia/p.3 que é, mais longe ainda,
Informática/p.4, Cosmológica/p.5 e Dialógica/p.6 (neste caso a tecnociência
geral de diálogo com o universo).
Daí,
se pudéssemos colocar essas novas escolas, elas teriam essa dimensão
planetária, sendo franqueáveis em todo o planeta. O propósito não seria apenas
o de ensinar algumas línguas, mas de ensinar humanização mesmo, a interpenetração
de todos os seres humanos, para os novos propósitos.
É
preciso um punhado de dinheiro para chegarmos até esse ponto, mas a serventia
será termos diálogo com todos os seres humanos, sem ser necessário o forçamento
para desaparecimento de quase toda a riqueza da diversidade linguística e a
sobreposição daquelas poucas línguas tidas como as melhores, em razão da alta
produtividade socioeconômica dos povos que as falam. Como estamos perdendo três
espécies biológicas/p.2 por dia, estamos também perdendo espécies
psicológicas/p.3, inclusive línguas e dialetos, o que é um desastre total.
Vitória, terça-feira, 27 de agosto de
2002.
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